Exportações para a Argentina caem 31,5% e país perde participação nas vendas brasileiras, aponta relatório da FGV

Balança comercial brasileira registra recorde de superávit em janeiro de 2024

No mês de janeiro de 2024, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 6,5 bilhões, o mais elevado para o mês dentro da série histórica iniciada em 1997. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e apontam um cenário favorável para o desempenho da balança comercial brasileira em 2024.

No entanto, em meio à crise econômica, o volume exportado pelo Brasil para a Argentina recuou 31,5% em janeiro de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Isso fez com que a participação da Argentina nas exportações brasileiras diminuísse para apenas 2,8% em janeiro, a menor para esse período do ano. Um reflexo disso foi a queda nas vendas de automóveis de passageiros, que registraram retração em valor de 38,2%.

Por outro lado, as exportações para os principais parceiros comerciais do Brasil tiveram diferentes desempenhos. As vendas para a China cresceram 56,2% em volume, enquanto para os Estados Unidos, avançaram 31,6%. Já para a União Europeia, as vendas brasileiras recuaram 18,0%.

A FGV destaca que a China contribuiu com US$ 2,7 bilhões para o superávit brasileiro em janeiro, mas houve também saldos positivos relevantes nas trocas comerciais com a África, Oriente Médio, América do Sul (excluindo a Argentina) e com a Ásia (excluindo a China), que somaram US$ 2,4 bilhões e US$ 1,2 bilhão, respectivamente. Além disso, os Estados Unidos contribuíram com US$ 244 milhões para o superávit da balança comercial de janeiro.

Em valores, as exportações cresceram 18,5% em janeiro de 2024 em comparação com janeiro de 2023, enquanto as importações recuaram 0,1%. Em termos de volumes, as exportações aumentaram 21,1% e as importações subiram 9,7%. No entanto, os preços tiveram uma diminuição de 2,0% para as exportações e de 8,8% para as importações.

O relatório do Ibre/FGV ressalta a importância de o Brasil se manter um “global trader” e destaca que o superávit recorde de janeiro confirma a expectativa de um cenário favorável para o desempenho da balança comercial brasileira em 2024.

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