Especialistas da Opas e Inca reforçam prevenção, detecção precoce e tratamento do câncer no Dia Mundial da doença

Especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, juntamente com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), se reuniram virtualmente para discutir sobre a prevenção, detecção precoce e tratamento adequado do câncer. O encontro ocorreu para marcar o Dia Mundial do Câncer, no último dia 4, e teve como destaque o Código Latino-Americano e Caribenho contra o Câncer (LAC Code).

O LAC Code é uma iniciativa que lista medidas de prevenção a serem seguidas pela população e orientações para autoridades sobre políticas de rastreamento da doença e aplicação de vacinas, como no caso do HPV, vírus do papiloma humano. A diretiva latino-americana é composta por 17 ações, incluindo práticas orientadas para evitar fumar, promover exercícios físicos, controle de peso e alimentação saudável, além de capacitação para os profissionais de saúde.

Durante o encontro, Larissa Veríssimo, consultora nacional da Unidade Técnica de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas/OMS no Brasil, destacou que o código traduz as evidências científicas mais recentes e oferece recomendações simples para que a população e os líderes possam seguir na direção da prevenção do câncer.

Segundo o Inca, o câncer ocupa o segundo lugar entre as causas mais frequentes de morte no Brasil, sendo esperados 704 mil novos casos por ano entre 2023 e 2025. O tabagismo é apontado como o maior vilão, responsável por 161 mil mortes por ano, seguido pelo consumo de alimentos ultraprocessados, que causa mais de 57 mil óbitos. Estima-se que, se nada for feito para conter o avanço da doença, a União gastará R$ 7,84 bilhões em 2040 com procedimentos hospitalares e ambulatoriais no SUS em pacientes oncológicos.

Roberto de Almeida Gil, diretor-geral do Inca, defende que o investimento em prevenção é fundamental para evitar gastos com tratamentos, que são custosos e apresentam tendência crescente. Ele destaca que uma redução no consumo de carne processada e bebidas alcoólicas poderia gerar uma economia significativa ao SUS.

Gil também ressaltou a importância da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) como forma de prevenir e controlar a doença. A PNPCC, descrita pela Lei 14.758, sancionada em dezembro do ano passado, tem como principais objetivos a redução da incidência e da mortalidade dos diferentes tipos de câncer, além de promover o acesso ao cuidado integral.

Fernando Maia, coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, destacou a importância de ações de prevenção específica, como a vacinação para HPV, e a promoção de hábitos saudáveis de vida, estimulando a alimentação saudável, a atividade física, o controle do peso, e a prevenção do tabagismo, destacando os fatores envolvidos na causalidade do câncer. Ele enfatizou a necessidade de a população seguir as recomendações de profissionais de saúde para uma prevenção eficaz.

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