As construções no litoral paulista vêm chamando a atenção de especialistas e da população devido a problemas estruturais, levantando questionamentos sobre a tecnologia aplicada nas edificações e as características do subsolo da região. Recentemente, um edifício em Praia Grande, no litoral de São Paulo, foi evacuado após apresentar danos em três pilastras.
De acordo com informações, o prédio de 19 andares teve que ser esvaziado após análise técnica que identificou problemas nas estruturas. As obras para reforço das pilastras danificadas já estão em andamento, mas não há previsão para que os moradores possam retornar ao edifício.
Os problemas estruturais no litoral paulista não são um caso isolado. Em Santos, por exemplo, um levantamento apontou a existência de 319 prédios tortos, todos construídos nas décadas de 1950 e 1960, devido ao afundamento das estruturas em um subsolo arenoso e menos resistente.
Segundo especialistas, antigamente, não havia tecnologia suficiente para o estudo do subsolo em que as construções seriam erguidas, o que contribuiu para a ocorrência desses problemas estruturais. Hoje em dia, com a tecnologia disponível, já é possível realizar estudos mais profundos e localizar o leito rochoso do subsolo, proporcionando mais sustentação aos edifícios.
As prefeituras da Baixada Santista afirmam que a responsabilidade sobre os cálculos da edificação é dos técnicos da obra, e que é necessário a apresentação de documentos de responsabilidade técnica de um profissional habilitado. No entanto, diante do caso em Praia Grande, a Polícia Civil ainda não abriu investigação, pois não houve registro de boletim de ocorrência, apesar do caso ter sido registrado pela Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros.
Fica evidente a necessidade de um maior acompanhamento e fiscalização das construções na região, a fim de garantir a segurança e estabilidade das edificações, evitando problemas estruturais que possam colocar em risco a vida dos moradores. A atenção e a regulamentação das construções no litoral paulista são de extrema importância para evitar futuras evacuações e danos nas estruturas dos edifícios.
