Fuga de presos em penitenciária do RN é episódio mais grave da história, afirma juiz federal no estado

Nesta quarta-feira (14), dois presos fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O juiz federal Walter Nunes, corregedor do estabelecimento, afirmou que esse foi o episódio mais grave da história dos presídios de segurança máxima do país.

A fuga inédita ocorreu na unidade que abriga as mais proeminentes lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho. Os presos estavam em Regime Disciplinar Diferenciado, onde as regras são mais rígidas que as do regime fechado, e que é o local designado para o banho de sol a fim de que os detentos não tenham contato com outros presos.

O juiz ressaltou que toda a situação será analisada e que uma reunião já está marcada para quinta-feira (15) no presídio. O sistema penitenciário federal, inaugurado em 2006, tinha até então um histórico intocado de fugas, rebeliões ou entrada de materiais ilícitos.

Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, chamado de Deisinho. Acredita-se que os detentos usaram materiais da obra do pátio da penitenciária como instrumentos para abrir um buraco no teto da cela e escapar durante o banho de sol. As autoridades ainda não descartam a possibilidade de ajuda externa ou interna para a fuga dos presos. De fato, o foco dos esforços está na captura dos fugitivos.

No entanto, a fuga não foi o único incidente a evidenciar a frágil segurança dos presídios brasileiros. A onda de ataques a prédios e ônibus em 14 cidades no Rio Grande do Norte no primeiro semestre do ano passado foi coordenada por uma facção criminosa local, o Sindicato do Crime. Tal situação crescente é preocupante, e exige uma ação mais eficaz do sistema prisional.

Em outras penitenciárias federais do país, como Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF), a principal função é combater o crime organizado, isolando suas lideranças e presos de alta periculosidade.

Além disso, as falhas de segurança não se limitam aos presídios federais. No ano passado, uma fuga foi registrada na Papuda, no Distrito Federal, quando dois detentos escaparam após serrarem as grades.

Apesar dos problemas enfrentados no sistema penitenciário, é importante lembrar que tais estabelecimentos também têm a responsabilidade de fornecer atendimento médico, farmacêutico, psicológico, e odontológico aos seus presos. A segurança e ordem nas unidades não podem ser comprometidas, e mecanismos mais eficazes devem ser implementados para evitar fugas e rebeliões.

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