Presidente do TSE defende punição a big techs por divulgação de conteúdo falso e regulamentação das redes sociais

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, demonstrou sua posição favorável à punição das empresas de tecnologia, conhecidas como “big techs”, por disseminação de conteúdos falsos que influenciem o voto dos eleitores. Em um evento de abertura dos trabalhos da Justiça Eleitoral em 2024, Moraes afirmou que essas empresas faturam financeiramente com a disseminação de desinformação, notícias fraudulentas e discursos de ódio direcionados a grupos específicos de eleitores. Segundo ele, essa situação torna essas empresas responsáveis por influenciarem o processo de escolha do eleitor.

O ministro defendeu a necessidade de responsabilizar as “big techs” por aquilo que elas ganham financeiramente, incluindo os conteúdos nos quais seus algoritmos impulsionam e direcionam aos eleitores. Moraes citou práticas como a manutenção de contas inautênticas, a recusa em retirar imediatamente conteúdos e contas com discursos de ódio e antidemocráticos, assim como a falta de alerta sobre o uso de inteligência artificial nos conteúdos, como alvos de possíveis penalidades.

A opinião de Moraes vai ao encontro do discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também defendeu a punição às empresas que permitem a prática de crimes em suas plataformas durante a cerimônia de abertura do Ano Judiciário no Supremo Tribunal Federal (STF).

Além da punição às empresas, Moraes também defendeu a necessidade de uma regulação nacional para o funcionamento das redes sociais e dos serviços de mensagem privada no país. Ele ressaltou a importância de uma regulação por parte do Congresso Nacional em defesa da democracia, alegando que as redes sociais não podem mais ser territórios sem lei e sem responsabilidade.

Segundo Moraes, o TSE irá regulamentar o tema neste ano, especialmente considerando as eleições municipais que ocorrerão em outubro. Ele ainda anunciou a criação de um grupo composto por servidores do TSE e agentes da Polícia Federal para aprimorar o monitoramento e identificar aqueles que divulgam conteúdos falsos e de discurso de ódio nas redes sociais.

As resoluções sobre o tema estão sob relatoria da vice-presidente da Corte, Cármen Lúcia, e devem ser um ponto importante de discussão no contexto político e eleitoral.

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