A suspeita que motivou a operação é a associação criminosa para a prática de estelionato, que teria causado prejuízos milionários a milhares de pessoas em todo o Brasil. Além disso, a investigação também busca verificar a prática de lavagem de dinheiro, que teria sido realizada por meio de diferentes estratégias financeiras e corporativas, permitindo que o grupo ocultasse valores e bens.
O promotor de Justiça Rodrigo Storino falou sobre algumas das suspeitas levantadas durante a investigação. Entre elas, movimentações imobiliárias em nome de terceiros com vínculos com o grupo 123milhas, além de movimentações financeiras com valores suspeitos para destinatários que não teriam perfil para movimentar aquela quantia em dinheiro. Essas movimentações teriam ocorrido em momentos próximos do pedido de recuperação judicial e da suspensão do programa promo123.
A operação contou com a participação de oito promotores de Justiça, cinco delegados da Polícia Civil, 53 investigadores, um policial militar e cinco servidores do Ministério Público. Além disso, a investigação é liderada pela 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Central) e do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet).
O Ministério Público de Minas Gerais também ajuizou ações civis públicas para a tutela coletiva dos consumidores lesados, com pedidos de bloqueio judicial de bens e valores das empresas e sócios que integram o grupo econômico.
No ano passado, a 123milhas suspendeu a emissão de passagens para embarque previsto entre setembro e dezembro. Em depoimento à CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados, o sócio da 123milhas, Ramiro Madureira, atribuiu a falência da empresa a um modelo de negócio equivocado, que dependia de novas compras no site, as quais foram menores do que o esperado.
