MPF afirma aumento de mortes e suicídios entre indígenas madihas kulinas na Amazônia após criação de grupo de trabalho prometido pelo governo Lula.

O Ministério Público Federal (MPF) alerta para um aumento no número de mortes violentas e suicídios entre os madihas kulinas, na região sudoeste da Amazônia. Isso ocorre quatro meses após a criação de um grupo de trabalho no governo de Lula (PT) para lidar com a situação de violência e abandono enfrentada pelos indígenas.

De acordo com a Procuradoria da República no Amazonas e líderes indígenas, o governo tem falhado em agir, apesar da criação do grupo pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI). Isso levou o órgão a convocar uma reunião para discutir a situação.

O procurador Fernando Merloto Soave ressaltou que as notícias de mortes violentas e suicídios entre os madihas continuam a se multiplicar, inclusive entre menores de idade, sem uma resposta efetiva e urgente do poder público sobre o tema. Diante disso, a Procuradoria cobrou informações sobre as medidas adotadas, a serem repassadas em um prazo de 15 dias.

Em resposta, o Ministério dos Povos Indígenas afirmou que tem dialogado com as organizações da área, respondendo às demandas encaminhadas e articulando ações para enfrentar os desafios que impedem os povos da região de gozarem de seus plenos direitos.

A situação dos madihas kulinas foi descrita em relatórios e imagens compartilhados com o escritório da ONU para a prevenção de genocídio, que incluíam relatos de desnutrição infantil, insegurança alimentar, abandono, estupro, suicídios e mortes violentas.

Segundo os dados do Instituto Socioambiental (ISA), a região abriga aproximadamente 7.200 indígenas, e a violação de direitos básicos também afeta outras etnias.

Mesmo após a divulgação dessa situação, o governo ainda não tomou medidas efetivas, de acordo com os relatos do MPF. Os índices de suicídios nas aldeias, problemas persistentes, vêm se mantendo elevados, com relatos de recentes casos envolvendo adolescentes e jovens adultos.

Os madihas kulinas enfrentam o preconceito nas cidades, dependência do álcool e abandono durante a permanência nos municípios para acessar benefícios sociais. Além disso, a comunidade enfrenta desafios logísticos, já que as aldeias estão localizadas a distâncias consideráveis das cidades e só podem ser acessadas por água, em percursos que podem levar dias.

Diante desse cenário alarmante, é essencial que o governo reaja de forma rápida e eficaz, adotando medidas emergenciais para proteger essas comunidades indígenas. A falta de ação efetiva por parte das autoridades tem sido associada ao aumento da vulnerabilidade dos indígenas e à perpetuação de violações dos direitos humanos.

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