Projeto de Lei propõe aumento do prazo de prescrição para vítimas de assédio sexual no trabalho, afirma Fernanda Melchionna

No dia 25 de janeiro de 2024, a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) apresentou o Projeto de Lei 5811/23, que propõe a alteração no prazo de prescrição para vítimas de assédio sexual no ambiente de trabalho. De acordo com a proposta, o prazo atual de três anos contados a partir do fato seria estendido para 20 anos, a partir do fim do vínculo trabalhista.

Segundo a autora do projeto, a regra atual acaba por agredir duplamente as vítimas, tanto no assédio em si quanto na impossibilidade de responsabilizar os agressores. A deputada argumenta que o atual prazo de prescrição obriga a vítima a fazer uma escolha impossível: responsabilizar o agressor ou manter o emprego. Além disso, ela destaca que as mulheres negras são as maiores vítimas de assédio sexual, especialmente aquelas com renda entre 2 e 6 salários mínimos na região Norte do Brasil.

A deputada destaca que grupos historicamente mais vulneráveis acabam sofrendo mais com a prescrição de seus casos e ressalta que a mudança no prazo de prescrição para o assédio sexual, estabelecendo-o no fim do contrato de trabalho, é uma forma de proteger as vítimas e evitar que precisem escolher entre buscar justiça e manter seu sustento.

O projeto de lei tramitará pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania em caráter conclusivo, o que significa que será votado apenas pelas comissões designadas para analisá-lo, dispensada a deliberação do Plenário. A proposta de alteração no prazo de prescrição para vítimas de assédio sexual ainda será objeto de debates e análises.

Cabe ressaltar que a temática do assédio sexual no ambiente de trabalho tem se tornado cada vez mais relevante e tem gerado debates e reflexões em diversos setores da sociedade. A discussão em torno dos direitos das vítimas e das medidas de proteção para evitar a revitimização tem sido pauta em diferentes esferas do poder legislativo e também fora dele.

A reportagem e edição deste texto foram feitas por Lara Haje e Rodrigo Bittar, respectivamente.

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