De acordo com o levantamento, os preços na economia apresentaram uma elevação de 0,61% em dezembro para o segmento familiar de renda muito baixa, após uma alta de 0,20% em novembro. Já para o grupo de renda alta, houve um aumento de 0,62% em dezembro, ante 0,58% em novembro. Com isso, a inflação acumulada no ano foi de 6,22% na faixa de renda alta, enquanto na faixa de renda muito baixa foi de 3,27%.
A técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Maria Andreia Parente Lameiras, ressaltou que houve uma desaceleração da inflação em relação à observada no ano anterior em todas as faixas de renda, sendo mais intensa no estrato de renda muito baixa. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), passou de uma elevação de 0,28% em novembro para 0,56% em dezembro. A taxa acumulada em 2023 ficou em 4,62%, ante 5,78% em 2022.
As famílias de renda mais baixa viram um arrefecimento maior na inflação anual devido à descompressão registrada nos alimentos para consumo no domicílio, que passaram de uma elevação de preços de 13,2% em 2022 para um recuo de 0,5% em 2023. Enquanto isso, algumas das maiores pressões inflacionárias do ano, como os reajustes de 47,2% das passagens aéreas, de 12,1% da gasolina e de 11,5% dos planos de saúde, impactaram mais as famílias de maior poder aquisitivo.
O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA, que vão desde uma renda familiar menor que R$ 2.015,18 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 20.151,76, no caso da renda mais alta. Esses dados mostram que a inflação pode afetar de forma distinta diferentes segmentos da população, impactando o poder de compra das famílias de acordo com sua faixa de renda.