Queda de helicóptero em SP mata quatro pessoas e levanta suspeitas sobre irregularidades no transporte aéreo.

FAB aciona equipe do Seripa IV para investigação de queda de helicóptero com quatro vítimas

Nesta sexta-feira (12), a Força Aérea Brasileira (FAB) acionou uma equipe do Seripa IV (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) para investigar as causas da queda do helicóptero modelo Robinson R44, onde quatro pessoas morreram. A aeronave havia desaparecido no dia 31 de dezembro, quando partiu de São Paulo em direção a Ilhabela, no litoral norte. Após 11 dias de buscas, a aeronave foi encontrada sem sobreviventes.

Os investigadores do Seripa realizarão a Ação Inicial da ocorrência, procedimento que verifica as primeiras evidências de danos no helicóptero e no solo. A Força Aérea informou que na ação inicial “são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado, que coleta e confirma dados, preserva indícios, verifica inicialmente os danos causados à aeronave, e levanta outras informações necessárias ao processo de investigação”.

A Aeronáutica cooperou com órgãos estaduais nas buscas, utilizando um avião SC-105 Amazonas e um helicóptero H-60 Black Hawk, com uma tripulação total de 24 militares. Além disso, quatro helicópteros da PM paulista e da Polícia Civil participaram da operação.

No dia do acidente, estavam a bordo o empresário Raphael Torres, a vendedora de roupas Luciana Marley Rodzewics Santos, sua filha Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, e o piloto Cassiano Tete Teodoro.

O acesso ao local da queda é dificultado devido à topografia acidentada e ao fato de o helicóptero ter caído em meio a uma mata fechada. As autoridades esperam entrar na área por terra ainda nesta sexta-feira, mas estudam um procedimento para acesso aéreo.

O helicóptero não possui caixa preta ou equipamento equivalente que armazene as informações de voo, dificultando a apuração das causas do acidente. Além da investigação do Seripa, há um inquérito aberto pela Polícia Civil para apurar as condições do voo.

As autoridades investigam se os passageiros eram conduzidos por um serviço irregular de táxi aéreo. O piloto Cassiano Teodoro teve sua licença cassada pela Anac em setembro de 2021 por transporte aéreo clandestino e fraudes em planos de voo. No entanto, obteve uma nova licença em outubro do ano passado, após ficar afastado pelo prazo máximo de dois anos, mas ainda não estava habilitado para realizar voos com passageiros.

A defesa de Teodoro afirma que ele foi punido indevidamente e que fiscais da Anac cometeram irregularidades durante a fiscalização.

Agora, cabe às autoridades investigar os possíveis fatores contribuintes para o acidente e determinar a causa da queda do helicóptero que resultou em quatro mortes.

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