Prefeitura de São Paulo suspende atendimentos de aborto legal em hospital de referência, deixando vítima de violência sexual sem assistência.

Aborto Legal em Hospital Municipal de São Paulo é suspenso sem aviso prévio

A interrupção do serviço de aborto legal no Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha, na capital paulista, pegou uma mulher vítima de violência sexual de surpresa, levando-a a passar por procedimentos médicos e psicológicos mais de uma vez. A suspensão do serviço foi revelada recentemente e a paciente, que teve que se submeter ao aborto em outra unidade de saúde, classificou a situação como “revitimização”.

Após frequentar a unidade hospitalar no dia 5 de dezembro, a paciente teve o procedimento marcado para o dia 20, mas foi informada na data que o serviço tinha sido suspenso. Ao procurar o Hospital da Mulher, gerido pelo Governo de São Paulo, foi informada de que teria que recomeçar todo o processo. Ela ainda buscou o Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem) da Defensoria Pública de São Paulo, que enviou um ofício pedindo a continuidade do atendimento, mas não teve sucesso.

No dia em que o procedimento finalmente estava marcado para ser realizado, a paciente enfrentou situações de desconforto e descaso, relatando ter sido mal tratada pela assistente social. Durante o processo, ela sentiu dores intensas e afirmou ter sido negligenciada pela equipe médica.

A Secretaria Municipal da Saúde afirmou que a suspensão do serviço foi temporária, visando realizar cirurgias eletivas, mutirões cirúrgicos e outros procedimentos de saúde da mulher no local. A pasta não informou quando o serviço de aborto legal será retomado, orientando as pacientes a procurarem outros hospitais da rede municipal ou estadual para realizar o procedimento. A Secretaria estadual de Saúde não se pronunciou até a conclusão desta edição.

A situação evidencia a falta de assistência e apoio às mulheres vítimas de violência sexual, ressaltando a importância da atenção integral e humanizada nos serviços de saúde. A revitimização, a negligência e a desinformação presentes na experiência da paciente revelam a necessidade de implementação de políticas eficazes e respeitosas para garantir o acesso das mulheres ao aborto legal, além de um atendimento de qualidade e livre de discriminação.

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