Com 18 anos de serviços prestados à corporação, Coutinho afirma que foi realocado de suas funções de policiamento de rua para atividades administrativas, como serviços gerais e manutenção. Ele alega que as críticas por conta das tatuagens se intensificaram a partir de 2021, após tatuar o rosto, e que foi alvo de ameaças veladas por parte dos comandantes hierárquicos.
Segundo relatos do próprio “Demolidor”, em uma conversa reservada com um coronel, ele foi orientado a parar de fazer as tatuagens sob a justificativa de que estaria influenciando outros policiais. Ao se recusar a acatar a ordem, o soldado teria ouvido que seria “cassado” até o último dia de sua carreira na corporação.
Além disso, o policial também enfrenta acusações de ter pego sem autorização uma orquídea do 18º Batalhão. Em resposta a essas acusações, a Polícia Militar de São Paulo alega que Coutinho está respondendo a um processo disciplinar por abandono de posto, sem se pronunciar sobre a acusação relacionada à orquídea.
Por outro lado, o soldado defende-se das acusações, alegando que no evento de Carnaval em 2022, ele e outros policiais estavam escalados para fazer segurança em um camarote no Sambódromo do Anhembi. Ele justifica que, ao ser assediado no camarote devido às suas tatuagens, foi acusado de abandonar o posto de trabalho e descumprir a missão.
Além disso, o “Demolidor” é ativo nas redes sociais, onde conta com 52 mil seguidores e compartilha detalhes de sua rotina no trabalho, aspectos de sua vida pessoal, amor por cães e torcida pelo Corinthians.
Diante disso, o caso levanta questões sobre o direito dos policiais de expressarem sua individualidade através de tatuagens, assim como a relação entre a corporação e a preservação da identidade pessoal de seus membros. A situação de Coutinho, exposta em meio à público, evidencia um embate entre liberdade individual e regulamentações internas da Polícia Militar de São Paulo.