Mulher muçulmana sofre agressão por vizinha em São Paulo: preconceito religioso ou briga de vizinhas?

Uma mulher muçulmana de 35 anos foi agredida na garagem de seu prédio em Jundiapeba, um distrito de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo. O ataque, que ocorreu na última sexta-feira (15), foi gravado por câmeras de segurança, que mostram outra mulher se aproximando da vítima, agredindo-a, xingando-a e tentando arrancar seu véu, que é usado como sinal de devoção a Deus na tradição islâmica.

As imagens do incidente foram compartilhadas nas redes sociais pelo sheik Rodrigo Jalloul, do Centro Islâmico da Penha. Ele classificou a agressão como islamofobia e ressaltou que outros moradores do condomínio testemunharam o ocorrido, mas, apesar disso, a vítima foi ferida durante o ataque. O episódio foi registrado como crime de lesão corporal pela polícia, mas os agressores não foram identificados.

A comunidade islâmica tem vivenciado um aumento da violência desde o ataque organizado pelo grupo Hamas, que se intensificou após a segunda edição do Relatório de Islamofobia no Brasil, desenvolvido pela Universidade de São Paulo. Especialistas no assunto atribuem esse aumento de violência ao ódio contra seguidores do islamismo e à associação entre eles e atos de terrorismo, intensificada desde o atentado de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

O sheik Rodrigo Jalloul afirmou que casos como o da mulher agredida não são isolados e mencionou relatos de membros da comunidade muçulmana sofrendo hostilidade e sendo alvos de xingamentos e agressões. Ele também ressaltou que a vítima acionou a Polícia Militar após a agressão, mas os agentes a orientaram a ir a uma delegacia para registrar a queixa formalmente, pois o atendimento em dias de semana seria melhor do que em finais de semana.

A Secretaria de Segurança Pública confirmou que o caso foi registrado como lesão corporal e que a vítima relatou que foi agredida por uma vizinha após uma discussão entre seus filhos no dia do ocorrido. A vítima recebeu atendimento médico e foi orientada sobre o prazo para representação criminal na delegacia.

O relato desse episódio traz à tona a importância de se combater a islamofobia e de garantir a segurança e proteção de todos os cidadãos, independentemente de sua religião ou origem étnica. Somente com a conscientização e educação sobre a diversidade religiosa e cultural poderemos construir uma sociedade mais inclusiva e tolerante.

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