As acusações são resultado das investigações da Operação Dakovo, que desmantelou um sofisticado esquema de tráfico internacional de armas, destinado a fornecer armamentos para facções criminosas como o Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo.
Os números que acompanham o processo são impressionantes. Além do grande número de acusados, a denúncia descreve a circulação de R$ 1,2 bilhão ao longo de três anos. Durante esse período, a quadrilha teria importado 43 mil armas. O Ministério Público descreveu a operação como uma “complexa e multimilionária engrenagem” de tráfico de armas.
A empresa International Auto Supply S.A. (IAS-PY), sediada em Assunção, no Paraguai, está no cerne das operações, e segundo a denúncia, era por meio dela que a quadrilha importava as armas.
A investigação teve início em novembro de 2020, após a apreensão de armas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Vitória da Conquista, na Bahia. À medida que o inquérito avançava, as autoridades perceberam que estavam diante de uma organização criminosa com conexões na América Latina e na Europa.
Foi durante a Operação Dakovo que a Polícia Federal descobriu um alegado aliado do PCC na Procuradoria-Geral da República (PGR). O analista processual Wagner Vinicius de Oliveira Miranda, que trabalhava na PGR, tinha acesso irrestrito aos sistemas e dados internos. Ele foi afastado do cargo e está sendo investigado.