Atividade econômica brasileira tem queda pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com Banco Central.

A atividade econômica brasileira sofreu queda pelo terceiro mês consecutivo em outubro deste ano, segundo informações divulgadas pelo Banco Central (BC) em Brasília, nesta quarta-feira (20). De acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), houve uma redução de 0,06% em outubro em comparação com o mês anterior, de acordo com dados dessazonalizados. O índice atingiu 145,65 pontos em outubro, com um crescimento de 1,54% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, e um indicador positivo de 2,19% no acumulado em 12 meses.

No entanto, é importante destacar que o IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, que está atualmente em 11,75% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de setores da economia, como indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, o que exerce reflexos nos preços, uma vez que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Por sua vez, taxas mais altas ajudam a reduzir a inflação, mas também podem dificultar a expansão da economia.

Por outro lado, quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. O comportamento dos preços levou o BC a cortar os juros pela quarta vez no semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

A ata da última reunião do Copom não adiantou quando será o fim da redução da Selic e informou que o momento dependerá do comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024. Desde março de 2021 até agosto de 2022, a Selic foi elevada pelo Copom por 12 vezes consecutivas, em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central derrubou a taxa para estimular a produção e o consumo, mantendo-a no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

A divulgação mensal do IBC-Br emprega uma metodologia diferente da utilizada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia brasileira. Segundo o BC, o índice “contribui para a elaboração de estratégia da política monetária” do país, mas “não é exatamente uma prévia do PIB.” No terceiro trimestre de 2023, a economia brasileira cresceu 0,1% em comparação com o trimestre anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, o PIB do Brasil cresceu 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo