O proprietário de Hans, Wilhelm von Osten, era um professor de matemática e treinador de cavalos amador, que exibia as habilidades do animal publicamente, sem cobrar ingresso. A audiência ficava estupefata ao ver as respostas corretas fornecidas pelo cavalo. Mesmo com suspeitas de fraude, já que muitos acreditavam que Von Osten passava as respostas ao animal por meio de sinais, as respostas de Hans eram corretas mesmo quando o dono não estava presente.
Devido ao grande interesse do público, foi formada uma comissão de 13 especialistas para investigar o caso. Em setembro de 1904, o relatório da comissão inocentava Von Osten de qualquer truque, o que fortalecia a crença nas habilidades sobrenaturais do cavalo.
No entanto, o biólogo e psicólogo Oskar Pfungst decidiu testar as habilidades do cavalo em diferentes condições. Ele descobriu que Hans só respondia corretamente quando podia ver o questionador e este conhecia as respostas, o que levou à conclusão de que o cavalo não realizava cálculos, mas sim, conseguia interpretar a linguagem corporal e as expressões faciais das pessoas que faziam as perguntas.
Apesar do descrédito que se seguiu a essa descoberta, Hans era, de fato, um animal notável, com habilidades que iam além do comum. Infelizmente, após a morte de Von Osten, Hans foi vendido e acabou servindo na 1ª Guerra Mundial, com seu registro se encerrando em 1916, com a crença de que ele foi “morto em combate ou comido por soldados famintos”.
Esse caso é um lembrete de como a interpretação de comportamentos animais pode ser facilmente mal compreendida e interpretada erroneamente, além de revelar o quão impressionantes podem ser as habilidades de alguns animais. A história de Kluge Hans, no final das contas, é um exemplo de como a ciência pode desvendar fenômenos aparentemente extraordinários e provar que muitas vezes o que parece sobrenatural tem uma explicação simples e lógica.
