Brasileiros sentem impacto das mudanças climáticas e temem falta de preparo de seus bairros para eventos extremos, aponta pesquisa Datafolha.

Os impactos das mudanças climáticas no Brasil têm sido observados de maneira muito próxima pela população. Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha, 94% dos brasileiros sentiram que sua cidade passou por alguma situação climática extrema nas últimas semanas. No entanto, apesar desse alto índice, 40% da população acredita que o bairro onde vivem não está preparado para enfrentar esses eventos.

Os dados coletados pelo instituto de pesquisa revelam que, para um quinto dos entrevistados, seus bairros estão muito preparados para enfrentar situações de calor extremo, tempestades, enchentes ou seca extrema. Já para 37%, a região onde vivem está um pouco preparada para essas ocorrências.

O levantamento, que ouviu 2.004 pessoas de 16 anos ou mais em 135 municípios do Brasil, também revelou que 89% dos entrevistados vivenciaram calor extremo, 30% enfrentaram seca extrema, 50% relataram chuvas intensas ou tempestades, e 31% tiveram que lidar com enchentes ou alagamentos. Esses eventos climáticos extremos têm se tornado mais frequentes devido ao aumento da concentração de energia no planeta, provocado pelo aquecimento global.

O ano de 2023 foi particularmente marcado por temperaturas elevadas em todo o Brasil, sendo impactado tanto pelo fenômeno El Niño quanto pela crise climática. Essas condições extremas resultaram em situações como deslizamentos no litoral de São Paulo, enchentes no Acre, seca no Amazonas, incêndios no Pantanal e chuvas torrenciais no Rio Grande do Sul.

Ao analisar a preparação das residências para enfrentar essas situações, a pesquisa revelou que 85% dos brasileiros possuem ventilador em casa, 24% possuem ar-condicionado, mas que muitos lares carecem de medidas básicas de adaptação, como a falta de áreas verdes na vizinhança, casas feitas com materiais que aquecem os cômodos e ausência de circulação de ar apropriada.

Além disso, 20% dos lares possuem alguém que necessita de cuidados, como idosos ou doentes crônicos, 12% das casas são habitadas por várias pessoas que dividem quartos, 15% convivem com a falta de água e 11% sofrem com cortes de energia no domicílio.

Portanto, os resultados da pesquisa apontam para a necessidade de um maior investimento em medidas de adaptação e prevenção para lidar com as mudanças climáticas, tanto a nível governamental quanto individual, afirmando a importância de se preparar para enfrentar esses eventos extremos.

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