Relatório da Câmara do Rio de Janeiro aponta ausência de investimento em políticas de igualdade racial pela prefeitura.

Um relatório produzido pela Comissão Especial de Combate ao Racismo (Cecor), da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, revelou dados preocupantes sobre a falta de investimento da prefeitura em políticas de igualdade racial na cidade. Segundo o documento, a prefeitura tem investido mais em retórica do que em medidas efetivas para combater o racismo.

A presidente da comissão, vereadora Mônica Cunha (PSOL), juntamente com os vereadores Thais Ferreira (PSOL) e Edson Santos (PT), entregaram o relatório ao prefeito Eduardo Paes no último dia 15. De acordo com Mônica Cunha, o racismo é um problema estrutural que demanda ações práticas e investimento real para se alcançar a igualdade racial.

O relatório analisou a responsabilidade do poder público municipal em três áreas principais: educação, saúde e cultura e patrimônio cultural. Com relação à educação, a comissão destacou a aplicação falha da Lei 10.639/2003, que determina o ensino de história e cultura afro-brasileira nas grades curriculares. Já na saúde, foi pedido a implementação do Programa Municipal de Saúde Integral da População Negra e a criação de um programa de cuidado e atenção à saúde mental especialmente para moradores de favelas e periferias impactados por operações policiais.

Além disso, o relatório também apontou a falta de editais e infraestrutura para estimular a continuidade de expressões culturais afro-brasileiras.

A comissão apresentou 88 recomendações para mudar o cenário de desigualdade racial no Rio de Janeiro, incluindo a criação de uma Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial, dotada de autonomia e destinação orçamentária específica.

A expectativa dos vereadores é que o trabalho da Comissão de Combate ao Racismo seja ampliado e se torne permanente, para que leis de igualdade racial sejam de fato aplicadas. A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a prefeitura para comentar o relatório e as avaliações críticas recebidas, mas até o momento não houve resposta.

O relatório será entregue aos secretários municipais a partir de fevereiro, e a comissão espera que suas recomendações sejam acatadas e que as políticas de igualdade racial sejam efetivamente implementadas.

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