Ex-professor da USP é condenado por desvio de verbas em programa de pós-graduação em zoologia.

O ex-professor da USP, Marcelo Rodrigues de Carvalho, foi condenado por improbidade administrativa pela Justiça Federal. Ele é acusado de liderar um esquema que desviou cerca de R$930 mil do programa de pós-graduação em zoologia do Instituto de Biociências da universidade.

Durante cinco anos, Carvalho foi coordenador do programa e responsável por administrar verbas federais destinadas à pesquisa na pós-graduação em zoologia. De acordo com investigações realizadas pelo Ministério Público Federal, ele teria se apropriado dos recursos por meio de notas fiscais falsas.

O caso veio à tona depois que professores estranharam a informação de que não havia recursos disponíveis para determinado projeto. A partir daí, requisitaram a prestação de contas do programa e descobriram as irregularidades. As notas fiscais apresentavam compras de materiais e equipamentos em quantidades desproporcionais e para uso em áreas que não correspondiam à zoologia.

Além de Marcelo Rodrigues de Carvalho, foram condenados os empresários Sérgio dos Santos e Marcos Simplício, que forneceram as notas fiscais em troca de parte dos valores desviados. O juiz Hong Kou Hen afirmou na sentença que as condutas dos réus evidenciam um comportamento desonesto e corrupto.

Pela decisão judicial, o ex-professor terá que devolver cerca de R$651 mil, enquanto os empresários Sérgio e Marcos devem ressarcir respectivamente R$165,1 mil e R$113,9 mil, além de pagar uma multa civil a ser calculada. Os réus ainda têm a possibilidade de recorrer.

Na defesa apresentada à Justiça, Marcelo Rodrigues de Carvalho negou as acusações e afirmou que sempre empregou os valores em prol do programa acadêmico. Os empresários também se defenderam, alegando falta de provas e negando participação nos desvios.

Essa não é a primeira vez que os réus enfrentam problemas judiciais, já que anteriormente foram condenados por peculato em um processo criminal. O ex-professor Marcelo Rodrigues de Carvalho recebeu uma pena de quatro anos e cinco meses de reclusão em regime semiaberto.

Os desdobramentos desse caso de improbidade administrativa na USP certamente terão impactos na reputação da universidade e na gestão de recursos públicos destinados à pesquisa acadêmica. A condenação dos envolvidos representa uma vitória no combate à corrupção em instituições de ensino e pesquisa. O caso ainda gera repercussão e dúvidas sobre a transparência na gestão dos recursos públicos e destaca a importância da fiscalização e prestação de contas nas universidades.

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