Os homenageados são Mãe Sylvia de Oxalá, ialorixá candomblecista; a cantora Elza Soares; Chaguinhas, cabo condenado à morte que inspirou o nome de Liberdade ao bairro do centro paulistano; Lélia González, filósofa e escritora; e Milton Santos, geógrafo.
Segundo o historiador Francisco Phelipe Cunha Paz, doutorando em História pela Unicamp, “Os nomes de Milton Santos e Lélia González são importantes porque talvez apontem para um amadurecimento da nossa sociedade ao discutir e reconhecer o racismo e a pobreza como problemas que se perpetuam e que precisam ser enfrentados”. A inclusão da Mãe Sylvia também é considerada particularmente importante, já que ela foi uma importante líder religiosa ao comandar o terreiro Axé Ilê Obá, primeiro espaço de candomblé tombado pelo Condephaat.
Nos últimos dois anos, a cidade já inaugurou estátuas de personalidades negras, como Madrinha Eunice, fundadora da escola de samba Lavapés e Adhemar Ferreira da Silva, primeiro atleta sul-americano bicampeão olímpico em eventos individuais. Com a inclusão das cinco novas estátuas, São Paulo passará a ter um total de 15 esculturas que homenageiam pessoas negras.
A secretária municipal de cultura, Aline Torres, comenta que “das 390 obras no acervo de esculturas públicas da cidade, apenas cinco homenageavam pessoas negras, e entre 2021 e 2022, inauguramos mais cinco estátuas e estamos muito felizes porque pudemos escolher outras cinco homenagens a personalidades que as pessoas se identificam”.
Os locais onde as novas esculturas serão instaladas estão previstos para ser divulgados em breve nos canais oficiais da Secretaria Municipal de Cultura. Essa iniciativa tem o objetivo de promover a representatividade da cultura afrobrasileira na cidade de São Paulo.