No entanto, é preciso fazer ressalvas aos erros cometidos por Dino. Um deles foi o apoio à nova lei orgânica das PMs, que enfraquece o controle dessas entidades e privilegia mais diploma em direito do que expertise em segurança pública. Além disso, investir nas mesmas soluções ineficazes para o Rio de Janeiro, como a utilização da Força Nacional, também foi um equívoco durante a sua gestão.
Com a saída de Dino, surge a dúvida sobre quem o sucederá no Ministério da Justiça e Segurança Pública. O presidente Lula terá que decidir se colocará um progressista à frente do ministério ou se optará por seguir a mesmice do terraplanismo. Além disso, a decisão sobre a separação ou não da Justiça e Segurança Pública também está nas mãos do presidente.
É importante destacar ainda que Dino deixa uma equipe competente no ministério, mas resta saber se estes quadros continuarão na pasta. A oportunidade criada pela saída do ex-ministro é uma chance para o governo Lula mostrar a que veio na área de segurança pública. Como todo vácuo de poder, a expectativa é que não dure mais do que um dia, e as raposas já estão à espreita do galinheiro.
Assim, o cenário pós-Flávio Dino traz desafios e incertezas para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas também abre oportunidades para que o governo Lula defina sua posição e rumo nesta área tão importante para o país.