Mercado de trabalho dos EUA lança dúvidas sobre cortes de juros do Fed, impulsionando alta do dólar no exterior

Dólar aumenta ante rivais fortes após dados do mercado de trabalho dos EUA

O dólar avançou em relação às principais moedas, impulsionado pela resiliência do mercado de trabalho nos Estados Unidos, o que levantou dúvidas sobre o início dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) ainda no primeiro trimestre de 2024. Entre os países emergentes, a divisa dos Estados Unidos subiu levemente em relação à rupia indiana, seguindo a decisão do Banco Central da Índia de manter as taxas de juros inalteradas, e desvalorizou em relação ao rublo, após o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar sua candidatura à reeleição.

No fim da tarde em Nova York, a libra esterlina caiu para US$ 1,2548. O índice DXY, que mede a variação do dólar em relação a uma cesta de moedas fortes, encerrou em alta de 0,45%, chegando a 104,010 pontos, e apresentou um aumento de 0,50% ao longo da semana.

A criação de 199 mil empregos nos Estados Unidos, em linha com as expectativas, e a queda na taxa de desemprego americana minaram as esperanças de desaceleração no mercado de trabalho, um dos fatores observados pelo Fed para determinar a presença de pressões inflacionárias nos EUA. Portanto, o resultado do payroll gerou dúvidas sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central americano, o que impulsionou o aumento do dólar em nível internacional.

Após esses dados, o mercado adiou para maio de 2024 a precificação majoritária (78,4%) para início dos cortes de juros, de acordo com uma ferramenta de monitoramento do CME Group. No entanto, a Oxford Economics considera que essa precificação ainda é “muito agressiva” e projeta que o relaxamento da política monetária não deve ocorrer por vários meses.

A Capital Economics observa que a diferença entre a robustez da economia americana e a fraqueza da zona do euro, assim como o diferencial de juros entre ambas as regiões, pode exercer pressão sobre o euro no curto prazo. Além disso, dados de inflação ao consumidor confirmaram queda de 0,4% em novembro e alta de 3,2% na comparação anual, o que representa uma desaceleração em relação ao avanço de 3,8% em outubro. Nesse contexto, o euro permaneceu em US$ 1,0768.

Enquanto isso, o iene chegou a devolver parte dos ganhos em relação ao dólar, mas ainda manteve uma forte valorização ao longo da semana, em meio a especulações sobre a política monetária do Banco do Japão (BoJ). O Rabobank analisa que os ganhos robustos da moeda japonesa foram atribuídos em parte à falta de liquidez, no entanto, projeta que a quebra de um nível técnico pode levar o dólar a se desvalorizar ainda mais nos próximos meses, chegando a 142 ienes. No horário mencionado, o dólar estava em 144,98 ienes.

Entre os países emergentes, o dólar avançou para 83,444 rupias indianas, seguindo a decisão do Banco Central da Índia de manter as taxas de juros inalteradas em 6,50% pela quinta vez consecutiva. De acordo com a Capital Economics, o Banco da Índia só deve começar a relaxar sua política monetária na segunda metade de 2024, “muito mais tarde do que a maioria dos outros mercados emergentes”.

Na Rússia, o dólar recuou para 92,190 rublos, após o anúncio do presidente Vladimir Putin de que ele concorrerá à reeleição, um dia após o Parlamento marcar a eleição para 17 de março de 2024.

Após a divulgação dessas informações, o mercado financeiro global está em compasso de espera, aguardando os próximos movimentos dos Bancos Centrais e dos principais agentes econômicos em todo o mundo. O resultado das eleições e as possíveis mudanças nas políticas monetárias podem influenciar significativamente as cotações das moedas nos próximos meses. Acompanharemos de perto esses desdobramentos e a repercussão nos mercados internacionais.

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