Esses resultados indicam uma melhora nas condições de vida da população, com uma redução de 10,2 milhões de pessoas em situação de pobreza e 6,5 milhões de pessoas em extrema pobreza em comparação com o ano anterior. Além disso, a queda foi observada em todas as regiões do país, especialmente no Norte e no Nordeste.
A análise também apontou disparidades significativas em relação à faixa etária e cor ou raça. Em 2022, 49,1% das pessoas com até 14 anos de idade estavam em situação de pobreza, enquanto 40% das pessoas de cor ou raça preta ou parda estavam nessa condição, o dobro da população branca, que registrou uma taxa de 21%.
O relatório do IBGE destacou ainda o impacto dos programas sociais no rendimento das famílias em situação de pobreza. Em 2022, a participação desses programas no rendimento domiciliar das pessoas em extrema pobreza chegou a 67%, enquanto a renda do trabalho representou apenas 27,4% do rendimento desse grupo.
A ausência hipotética dos programas sociais teria elevado em 12% a proporção de pobres no país e aumentado a extrema pobreza em 80% em 2022. Além disso, o índice de Gini, que mede a desigualdade na distribuição de renda, teria sido 5,5% maior se não existissem os programas sociais.
O relatório também abordou as condições de moradia da população brasileira, revelando que a maior parte das pessoas (64,6%) vive em domicílios próprios e já pagos. O percentual de domicílios alugados aumentou de 17,3% em 2016 para 20,2% em 2022, e faltava documentação para 13,6% das pessoas que viviam em domicílios próprios.
Em geral, os dados da Síntese de Indicadores Sociais 2023 apontam para um panorama de melhoria nas condições de vida da população brasileira, mas também destacam a importância dos programas sociais e as disparidades socioeconômicas que ainda persistem no país.
