Adriana Ventura fez duras acusações, afirmando que Luciane Barbosa Farias é esposa de um líder do Comando Vermelho, condenada em segunda instância por organização criminosa, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Ela questionou o desconforto causado pelas diárias e viagens pagas pelo ministério para a presença de Barbosa Farias em audiências, que culminou em requerimentos de informação, denúncia na Comissão de Ética Pública e projeto de lei para que a não publicização de agenda seja configurada como improbidade administrativa.
Em resposta, o ministro explicou que o ministério seguiu as regras de uma portaria do governo anterior, custeando diárias de cerca de 70 pessoas para o Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, entre 6 e 7 de novembro. Almeida ressaltou que os comitês funcionam com o apoio do ministério, mas têm autonomia. Ele também pediu ao setor de Controle Interno do governo o aprimoramento das regras de emissão de passagens e lembrou que o Ministério Público do Amazonas fez recomendações de maior rigor por parte das autoridades do estado.
Durante a audiência, houve momentos de bate-boca com outros deputados que pediram a audiência, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Kim Kataguiri (União-SP). Um dos deputados questionou o ministro sobre sua relação com o Comando Vermelho, sugerindo que teria antecedentes antes de assumir o ministério dos Direitos Humanos. Almeida repudiou as insinuações maliciosas e criminosas, refutando qualquer ligação com a organização criminosa.
Além disso, o ministro foi questionado sobre a morte de um detento do presídio da Papuda, em Brasília, desde os atos golpistas de 8 de janeiro. Sílvio Almeida mostrou as recomendações encaminhadas pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura para as detenções do Distrito Federal e falou sobre problemas sistêmicos que levam à média de 60 mortes por dia nos presídios brasileiros, defendendo a necessidade de conciliação entre ações de segurança pública e direitos humanos.
O ministro ainda destacou as ações da pasta relativas a idosos, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência e população em situação de rua. Alguns deputados elogiaram a gestão de Sílvio Almeida no Ministério dos Direitos Humanos.
A audiência foi marcada por tensões e acusações, mostrando a complexidade e o embate político em torno da gestão do ministério e das políticas de combate à violência e promoção dos direitos humanos no Brasil.