A pesquisa se baseou na observação de que mulheres orientais, cuja dieta é rica em soja, apresentavam poucos ou nenhum dos sintomas da menopausa em comparação com as mulheres ocidentais. Os fitoestrogênios presentes na soja, como o equol, têm a capacidade de mimetizar o estrógeno, proporcionando benefícios à saúde e alívio dos sintomas da menopausa. No entanto, a capacidade de metabolizar as isoflavonas da soja varia de pessoa para pessoa, dependendo da microbiota intestinal de cada indivíduo.
Macedo e sua equipe realizaram estudos para entender como as isoflavonas contidas no extrato da soja são metabolizadas pelos microrganismos e como obter um produto que contenha o equol, para beneficiar mulheres que não conseguem metabolizar as isoflavonas. Eles estudaram diferentes processos, como a ação de enzimas e a fermentação do extrato com lactobacilos, a fim de encontrar a forma mais eficiente de obter o equol.
Além disso, a equipe testou a capacidade dos extratos de soja processados por enzimas e fermentação de afetar as células cancerosas humanas, para verificar o efeito estrogênico dos extratos obtidos. Embora ainda sejam necessários mais estudos e testes, os resultados indicam que a obtenção de um produto de grau alimentício que beneficie mulheres que sofrem com os sintomas da menopausa está mais próxima de se tornar realidade.
Entretanto, é importante ressaltar que mulheres que têm câncer de mama, câncer de ovário ou câncer de próstata responsivos ao estrógeno não devem ingerir esses extratos ricos em fitoestrogênio. A pesquisadora também destaca a importância de desenvolver produtos que fazem sentido do ponto de vista tecnológico e que possam ser replicados em nível industrial.
Portanto, as descobertas promissoras sugerem que a obtenção de compostos bioativos da soja, como o equol, pode representar avanços significativos na busca por alternativas naturais e eficazes para o alívio dos sintomas da menopausa, proporcionando uma perspectiva de melhoria na qualidade de vida das mulheres.
