A decisão de sediar a COP28 em Dubai, segundo especialistas, levou em consideração não apenas questões ideológicas, mas também a necessidade de investimentos em infraestrutura para abrigar um evento de tamanha dimensão, que contará com a participação de cerca de 70 mil pessoas.
Outra controvérsia que marcou a preparação para a COP28 foi a nomeação de Sultan al-Jaber, chefe da Adnoc (Abu Dhabi National Oil Co.), gigante estatal petroleira dos Emirados Árabes, como presidente do evento. Essa nomeação gerou críticas por colocar uma pessoa ligada à produção de petróleo à frente do debate internacional sobre mudanças climáticas.
Além disso, a revelação de que os Emirados planejaram usar a sua posição de anfitrião da COP28 para negociar acordos de petróleo e gás com outros países, incluindo o Brasil, gerou ainda mais controvérsias.
Apesar das críticas, as autoridades dos Emirados insistem que a nomeação de Jaber traz consigo sua experiência no setor de petróleo, o que poderia ajudar no desenvolvimento de alternativas que não impactem o crescimento econômico, além de destacar os investimentos do país em energias limpas.
No entanto, a preocupação com a possibilidade de repressão a protestos e a limitação das atividades das ONGs dedicadas ao meio ambiente durante a COP28 também se faz presente, considerando o histórico autoritário do país e as denúncias de espionagem e detenções de estrangeiros no passado.
Apesar das críticas e controvérsias que antecedem a COP28, os Emirados têm se destacado nos últimos anos por investir em energias limpas e sinalizar planos de financiamento de projetos em países em desenvolvimento para lidar com as consequências da mudança climática.
Portanto, a COP28 se inicia em meio a debates acalorados sobre a escolha dos Emirados como anfitriões e a controvérsias envolvendo a presidência do evento, mas também com a expectativa de que as discussões em torno das mudanças climáticas e a busca por soluções concretas ganhem destaque durante o encontro.