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Presidente Lula da Silva sanciona lei que amplia participação popular na implantação de infraestruturas cicloviárias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, sancionou na última quinta-feira (23) uma lei que visa promover maior participação popular nos processos de implantação de infraestruturas cicloviárias realizadas com recursos públicos, além de determinar a inclusão dos modais não motorizados nos projetos de ampliação do território urbano dos municípios. A nova legislação, que entrará em vigor em 20 de maio de 2024, modifica partes do Programa Bicicleta Brasil e do Estatuto da Cidade, com o objetivo de garantir e promover o desenvolvimento do ciclismo como forma de transporte integrado ao sistema de mobilidade urbana.

Um dos principais impactos da lei é a inclusão da obrigação de realização de audiências públicas como parte do processo de planejamento e implantação de estruturas cicloviárias. Isso traz maior possibilidade de sucesso nas decisões sobre formato, localização, traçado e sinalização. No entanto, especialistas apontam que a legislação ainda não trará vigor suficiente para superar os entraves impostos por um sistema que culturalmente ainda privilegia o transporte motorizado.

É importante ressaltar que a nova lei não revolveu o dispositivo que destinava 15% da receita de arrecadação das multas de trânsito ao Programa Bicicleta Brasil, vetado em 2018 pelo então presidente Michel Temer, do MDB.

Para entender melhor os impactos da nova lei, o Ciclocosmo convidou a arquiteta e urbanista Suzana Leite Nogueira, especialista em mobilidade sustentável com importante participação no planejamento cicloviário de cidades como São Paulo, Fortaleza e Diadema. Suzana destacou que a inclusão propositiva da participação social reforça a indicação da Política Nacional de Mobilidade Urbana. No entanto, ela também apontou que a obrigação de audiências públicas, num cenário extremamente tímido sobre o desenvolvimento de políticas cicloviárias no Brasil, poderá ser um elemento limitador para o avanço da segurança do uso de bicicleta nas cidades.

Vale lembrar que tanto a cidade quanto o estado de São Paulo já contam com experiência de participação social nas políticas de inclusão da bicicleta. Mecanismos como a Câmara Temática da Bicicleta e o Ciclo Comitê Paulista permitiram avanços e evitaram retrocessos. No entanto, membros desses comitês apontam que as audiências promovidas muitas vezes são usadas pelo poder público para atrasar os projetos cicloviários.

Em resumo, a nova lei sancionada por Lula representa um avanço na promoção da mobilidade urbana e do ciclismo, mas ainda enfrentará desafios para sua efetiva implementação e para garantir a segurança e o estímulo ao uso da bicicleta nas cidades.

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