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Defensoria Pública leva assistência jurídica a quilombos em Campos dos Goytacazes como parte das atividades do Mês da Consciência Negra

No último sábado (25), dois quilombos de Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro, foram palco da visita do projeto Defensoria em Ação nos Quilombos, da Defensoria Pública estadual. Cerca de 100 pessoas foram atendidas e receberam assistência jurídica sobre questões como pensão alimentícia, regularização de guardas dos filhos, divórcio, investigação de paternidade, além de emitirem documentos.

A ação faz parte das atividades promovidas pela Defensoria para marcar o mês da Consciência Negra e teve como local de atendimento o quilombo urbano de Custodópolis e moradores de quilombo ABC, localizado em uma região rural. Além disso, representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) prestaram orientação sobre regularização fundiária.

O presidente do quilombo de Custodópolis, Rodrigo Conceição Amaro, ressaltou a importância das ações voltadas para as comunidades remanescentes para a efetivação dos direitos de seus integrantes. Ele ressaltou que as ações são fundamentais para fortalecer as lutas e mostrar que não estão sozinhos.

Uma das pessoas que procuraram os serviços jurídicos foi a quilombola Sheila Cristina, que pretende ingressar com uma ação de usucapião do terreno que ocupa há 17 anos. Ela ressaltou a importância de resolver logo a situação.

A defensora pública Isabela Monteiro Menezes destacou que a atuação nos territórios procura desburocratizar e democratizar o acesso à Justiça, ressaltando que as comunidades quilombolas são muito invisibilizadas e sofrem preconceitos.

Além disso, na última segunda-feira, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciou que reconhecerá os territórios, elementos naturais, moradias e ritos tradicionais de quilombos como patrimônios culturais do país. A medida foi determinada por uma portaria que estabelece requisitos e regras para o tombamento desses locais.

Por fim, de acordo com o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país tem 1,32 milhão de quilombolas, correspondendo a 0,65% da população. A maioria vive em estados do Nordeste e apenas 12% moravam em territórios oficialmente reconhecidos.

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