Greve Unificada: Trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp votam para paralisação contra privatizações e cortes de verba.

Funcionários do Metrô agendam greve unificada na próxima terça-feira

Os funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) realizaram assembleia na noite de quarta-feira, 22, para discutir a realização de uma greve unificada na próxima terça-feira, 28. De acordo com a categoria, a votação virtual tem duração de 24 horas e o resultado deve ser divulgado nesta quinta-feira, 23, às 19h.

Caso aprovada, a paralisação deve contar com a participação de trabalhadores do Metrô, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da Companhia Paulista dos Trens Metropolitanos (CPTM). Os funcionários se opõem às privatizações, terceirizações, demissões e supostos cortes de verba pelo governo.

Os ferroviários da CPTM, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Central do Brasil, responsável pelas linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, aprovaram uma paralisação por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira. Além disso, os trabalhadores das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa também devem decidir se aprovam ou não a paralisação em uma votação prevista para o decorrer do dia.

A gestão do governo de São Paulo sobre as companhias de transporte público tem gerado polêmica, uma vez que, em outubro, o plano de privatização da estatal de água e saneamento avançou na Assembleia Legislativa de São Paulo. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também reafirmou a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do Metrô administradas diretamente pela empresa pública.

Os funcionários do Metrô já realizaram três paralisações este ano, sendo uma em março, por reinvindicações trabalhistas, e duas em outubro, contra o plano de privatizações do Estado. Na última paralisação, a Justiça do Trabalho determinou 100% de operação nos horários de pico, mas as categorias descumpriram a decisão. O governador classificou o movimento como político, ilegal e abusivo.

A possível privatização tem gerado manifestação contrária de especialistas em Direito do Trabalho, que afirmam que a paralisação, por não ser motivada por reivindicações diretamente ligadas a condições de trabalho, poderia ser vista como abusiva.

Na quarta-feira, o Congresso de Comissões da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, por 27 votos favoráveis e 8 contrários, o relatório do deputado estadual Barros Munhoz (PSDB) sobre o projeto de lei que prevê a privatização da Sabesp. O tema segue agora para o plenário.

O governo do Estado tem buscado acelerar a tramitação do projeto, e o relatório foi aprovado em um congresso dos colegiados, incluindo as comissões de Constituição, Justiça e Redação e a de Finanças, Orçamento e Planejamento. O projeto tem gerado debates e manifestações por parte dos funcionários das companhias de transporte público, preocupados com as possíveis mudanças no setor.

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