Filho de Mãe Bernadete critica investigação que associa assassinato ao tráfico em Pitanga dos Palmares, Simões Filho (BA)

A morte de Mãe Bernadete, líder do quilombo Pitanga dos Palmares, continua a ser alvo de controvérsias e questionamentos por parte de sua família e comunidade. A possibilidade de envolvimento com o tráfico de drogas na região como motivação para o assassinato tem sido criticada e contestada por Jurandir Wellington Pacífico, filho da líder religiosa.

De acordo com Jurandir, a linha de investigação que liga o crime ao tráfico seria uma tentativa de desviar a atenção de indivíduos de influência envolvidos no caso. Ele alegou que o tráfico teria sido contratado para eliminar sua mãe como uma forma de evitar problemas que pudessem recair sobre “gente grande por trás” do assassinato.

Após três meses do ocorrido, o Ministério Público da Bahia ofereceu denúncia contra cinco suspeitos de envolvimento no assassinato, sendo quatro deles membros de uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas. A polícia afirma que a principal motivação para o crime foi a retaliação de um grupo responsável pelo tráfico na região.

No entanto, a família de Mãe Bernadete, juntamente com a comunidade do quilombo, rejeitam essa hipótese e buscam provas que possam contestar a ligação do tráfico com o assassinato. Peritos particulares foram contratados para analisar as investigações e Jurandir ressaltou que existe um áudio que não teria relação com o tráfico, mas sim com a denúncia de retirada ilegal de árvores feita por sua mãe.

O advogado da família, Hédio Silva Júnior, manifestou que a defesa aguarda acesso a todos os procedimentos que tramitam na Polícia Federal e no Ministério Público Federal, inclusive o do assassinato do filho de Mãe Bernadete, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo. Segundo ele, apenas com a leitura de todos esses documentos poderá ser possível formar uma posição conclusiva sobre o caso.

A Agência Brasil buscou contato com a Polícia Civil da Bahia e com o Ministério Público do Estado, mas até o momento não obteve resposta. O MP reiterou a motivação do crime pelo tráfico de drogas e afirmou que atuará para que os denunciados sejam levados a julgamento popular. Já a Polícia Civil recusou-se a emitir comentários sobre o caso.

Em suma, a morte de Mãe Bernadete continua envolta em mistérios e a família busca esclarecimentos para todas as discrepâncias encontradas nas investigações. A comunidade quilombola também aguarda por respostas que possam trazer justiça para o caso.

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