Desafios para a privatização da Sabesp se intensificam com questionamentos do presidente da Câmara Municipal de São Paulo.

A privatização da Sabesp, que já estava enfrentando resistência de diferentes setores, agora também tem sido questionada pelo presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil). Segundo Leite, o recente apagão de energia deixou o ambiente desfavorável para a privatização da companhia de saneamento. A declaração veio após a aprovação da criação da CPI da Enel, que será instalada nesta quinta-feira (9).

O projeto de desestatização da Sabesp é uma das principais frentes políticas do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele busca formar uma maioria sólida na Assembleia Legislativa para aprovar a medida até o início de 2024. No entanto, a resistência e a oposição ao projeto vêm de diferentes frentes políticas, incluindo o próprio presidente da Câmara Municipal.

Milton Leite, que é o principal líder do União Brasil em São Paulo, entrou em confronto com Tarcísio após o governador remover a sigla dos cargos que ocupava nas gestões tucanas na área de transporte e logística. O atrito entre Leite e Tarcísio torna ainda mais desafiadora a tramitação do projeto de privatização da Sabesp.

Além disso, a CPI da Enel, que será instalada amanhã, uniu diferentes espectros políticos da Câmara, da esquerda à direita. O próprio Milton Leite se mostrou determinado, afirmando que a CPI “vai dar trabalho”. O vereador João Jorge (PSDB) foi designado como presidente do colegiado, e o relator será indicado pelo PT, sendo Senival Moura o nome mais cotado, e que possui forte ligação com Leite.

Os membros da CPI incluem representantes de diferentes partidos, como João Jorge (PSDB), Senival Moura (PT), Thammy Miranda (PL), Jorge Wilson (Republicanos), Ricardo Teixeira (União), Milton Ferreira (Podemos) e Elaine do Quilombo Periférico (PSOL).

Nesse cenário, a equipe do governo terá que lidar com um ambiente político polarizado e desafiador, com oposição tanto interna quanto externa, o que acrescenta mais um obstáculo para o avanço do projeto de privatização da Sabesp.

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