Atraso em obras de enterramento de fios elétricos gera problemas e questiona eficácia da solução em São Paulo

As obras de enterramento dos fios elétricos na cidade de São Paulo estão atrasadas em três anos em relação à promessa inicial feita pela Prefeitura. O alto custo e o mapeamento incorreto do subsolo paulistano têm sido apontados como os principais entraves para a conclusão desses trabalhos, que ficaram a dever nas últimas três gestões municipais.

De acordo com a TelComp, associação que coordena o programa São Paulo Sem Fios, a cidade possui a meta de enterrar os fios em um total de 80,4 quilômetros de vias. No entanto, até o momento, o custo estimado do projeto já ultrapassou os R$ 310 milhões, tendo sido enterrados fios em apenas 38 quilômetros, com obras em andamento em outros 4 quilômetros.

Vários fatores têm contribuído para o atraso das obras, incluindo o tempo reduzido permitido pela gestão para a realização do serviço, a falta de informações atualizadas sobre o subsolo, acidentes causados pelo mapeamento incorreto, e interrupções motivadas pela reclamação de moradores. A presidente da TelComp, Luiz Henrique Barbosa da Silva, ressaltou que o mapeamento atualmente em uso na cidade foi implantado na década de 1980 e se encontra desatualizado devido a mudanças no cenário urbano.

Embora o enterramento dos fios seja tido como uma prevenção contra apagões causados pela queda de árvores na fiação elétrica, cidades como São Paulo têm experimentado blecautes mesmo em regiões em que parte da fiação está enterrada, como nas imediações do Museu do Ipiranga, na zona sul da capital.

Os prejuízos causados pelos apagões têm sido expressivos, como no caso de comerciantes que ficaram sem luz por longos períodos, resultando em prejuízos consideráveis, além de cancelamentos de reservas em hotéis. O enterramento dos fios é bancado pelas empresas que utilizam a fiação, como a concessionária de distribuição de energia Enel e os serviços de telefonia.

Diante dos atrasos e problemas enfrentados pelas obras de enterramento dos fios, tanto a prefeitura quanto a Enel não se pronunciaram até o momento sobre as questões levantadas.

Com todas essas questões em aberto, a necessidade de maior agilidade e eficiência na execução do programa São Paulo Sem Fios, se torna mais evidente do que nunca. É fundamental que tanto a prefeitura como as empresas envolvidas se empenhem na solução desses problemas para o bem-estar e a segurança dos cidadãos de São Paulo.

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