Durante boa parte do século 20, a política de segregação determinava a internação compulsória das pessoas com hanseníase, o que levava à separação das famílias e fazia com que os filhos vivessem longe de seus pais, muitas vezes em instituições específicas para eles. Essa situação resultou em graves sequelas psicológicas. Embora a prática tenha sido abolida em 1962, persistiu até 1986, quando foi definitivamente encerrada. O relator do projeto, senador Omar Aziz (PSD-AM), destacou que a proposta corrige um “erro histórico” ao mencionar a política higienista da época como discriminatória. Ele ressaltou que o projeto é um resgate daqueles parentes que foram obrigados a se afastar de seus filhos devido à hanseníase.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) também elogiou a iniciativa, afirmando que o projeto representa uma reparação histórica às pessoas que foram indevidamente afastadas da sociedade em decorrência da hanseníase. Ela ressalta a importância da justiça e do reconhecimento para os filhos, netos e bisnetos dessas pessoas que sofreram com o isolamento compulsório.
A aprovação desse projeto representa um avanço significativo na garantia dos direitos das pessoas afetadas pela hanseníase e de seus familiares, reconhecendo o impacto negativo causado pelo isolamento compulsório e buscando reparar os danos provocados pela política discriminatória da época. Com a sanção presidencial, as famílias poderão contar com uma pensão vitalícia que garantirá maior segurança financeira e reconhecimento do sofrimento vivenciado por seus entes queridos.