Em comunicado oficial, a GM explicou que tomou a decisão após diversas tentativas de soluções alternativas, como lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), férias coletivas, dias de folga e propostas de desligamento voluntário. Segundo a empresa, a medida era necessária para garantir a agilidade operacional e a sustentabilidade a longo prazo.
Entretanto, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirmou que os funcionários foram informados das demissões por meio de telegrama enviado pela empresa, sem qualquer negociação prévia com o sindicato. O sindicato classificou a ação da GM como covarde e informou que convocou uma assembleia para discutir o assunto neste domingo (22), às 10h.
Além disso, o sindicato contestou a alegação da montadora de que estava enfrentando uma crise econômica. Segundo eles, no primeiro trimestre de 2023, a GM divulgou um lucro líquido global de US$ 2,4 bilhões. No Brasil, a empresa registrou um aumento de 42% nas vendas nos primeiros três meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. Diante desses dados, o sindicato exigirá o cancelamento das demissões e a reintegração dos trabalhadores, enquanto cobra medidas do governo federal para solucionar o problema.
Essa notícia chega em um momento delicado para o setor automotivo brasileiro, que já enfrenta desafios econômicos e uma redução nas vendas de veículos nos últimos anos. A crise causada pela pandemia de COVID-19 agravou ainda mais a situação, com queda na demanda e dificuldades na cadeia de suprimentos. As demissões na GM refletem a necessidade das empresas de se adequarem às mudanças do mercado, mas também despertam preocupações sobre o impacto social e econômico dessas decisões. Resta agora aguardar os desdobramentos e os possíveis desfechos que serão discutidos durante a assembleia convocada pelo sindicato.