Senado discute tarifa da hidrelétrica de Itaipu em audiência com diretor-geral Enio Verri

A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) realizou uma audiência na manhã desta quinta-feira (19) para discutir a tarifa cobrada pela hidrelétrica de Itaipu. O diretor-geral brasileiro da usina, Enio Verri, foi convidado a participar do debate, que foi conduzido pelo senador Esperidião Amin (PP-SC).

De acordo com o senador Amin, o tratado entre os governos brasileiro e paraguaio determinou que a energia gerada por Itaipu seria adquirida compulsoriamente pelos dois países a um preço definido pela própria usina. No entanto, Amin vê essa questão como uma grave distorção, com preços mais altos do que deveriam e falta de transparência.

Amin já questionou o Ministério de Minas e Energia (MME) sobre a situação e recebeu a resposta de que tudo está sendo feito de acordo com o tratado e que os administradores da usina têm autonomia na definição da tarifa. Para o senador, esse arranjo é absurdo e o impacto recai sobre os consumidores, principalmente os de menor renda.

Amin defende que a administração de Itaipu faça parte do orçamento brasileiro, de forma a garantir maior transparência e controle. Além disso, ele ressalta que o Conselho de Contas de Itaipu ainda não foi criado, mesmo sendo previsto em lei. Assim, a diretoria de Itaipu acaba decidindo todas as questões.

O senador Beto Faro (PT-PA) elogiou a iniciativa da audiência e afirmou que a redução da tarifa de energia deve ser uma busca prioritária. O senador Lucas Barreto (PSD-AP) também apoia a redução da tarifa, destacando o impacto social das usinas hidrelétricas. Os deputados Elton Welter (PT-PR) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) também estiveram presentes.

No encontro, Enio Verri fez uma apresentação de Itaipu, destacando que a usina respondeu por cerca de 9% da energia consumida no Brasil e mais de 86% da energia no Paraguai no último ano. Ele também ressaltou a responsabilidade social e ambiental da empresa. Verri explicou que a governança da empresa é específica, com seis conselheiros nomeados por cada país, além de outros dois cargos ocupados pelos ministros das Relações Exteriores. Segundo ele, as decisões são tomadas pelo consenso.

Verri também apresentou dados mostrando que Itaipu pratica a terceira tarifa de energia mais barata do Brasil. Ele apontou que o Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade (Cuse), que impacta na tarifa final, atingirá neste ano o menor patamar dos últimos 20 anos. O diretor admitiu que há diferenças de interesses na gestão de Itaipu, com o Paraguai buscando uma tarifa mais alta para ajudar em outros investimentos no país.

A audiência também contou com a participação popular, com cidadãos enviando perguntas e sugestões por meio do portal e-Cidadania. As questões ambientais, incentivos à geração doméstica de energia e transparência na composição da tarifa foram temas abordados pelos participantes.

Enquanto a discussão continua, cabe aos parlamentares e autoridades envolvidas buscar soluções para as distorções na tarifa de energia cobrada pela hidrelétrica de Itaipu, visando beneficiar os consumidores e promover maior transparência nos custos envolvidos.

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