Audiência discute soluções para reduzir eletrocussão de animais silvestres no Brasil e criação de política de prevenção

A redução do número de animais silvestres eletrocutados no Brasil foi tema de debate realizado nesta quinta-feira (5) na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Organizações não governamentais (ONGs) ambientalistas, representantes de empresa elétrica e de agência reguladora se mobilizaram em busca de soluções para esse problema recorrente.

O debate também se relaciona com o Projeto de Lei (PL) 564/23, que propõe a criação da Política de Prevenção de Acidentes Elétricos com Animais Silvestres. Embora não haja dados oficiais sobre o número de animais eletrocutados, os casos são evidentes em diversas regiões do país. O presidente do Instituto Vida Livre, Roched Seba, destacou a negligência existente em relação a esse assunto e ressaltou a importância de encontrar soluções para proteger a fauna brasileira.

Diversas instituições e especialistas também participaram do debate, enfatizando que o problema é nacional e afeta diferentes espécies de animais, como macacos, preguiças, tamanduás e aves. No ano passado, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, registrou 80 casos de animais eletrocutados, sem considerar aqueles que morreram ou fugiram antes de receber atendimento.

O deputado Marcelo Queiroz, autor da proposta da política de prevenção, ressaltou a importância de encontrar uma solução imediata que concilie a proteção animal com a geração de energia elétrica. Ele também ressaltou a necessidade de contar com o apoio da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e do governo federal para resolver essa questão de forma rápida e eficiente.

Durante o debate, foram levantadas críticas em relação ao projeto de lei, principalmente em relação às medidas propostas, como a instalação de cones na parte superior dos postes e a criação de corredores ecológicos. O coordenador de qualidade na prestação de serviços da Aneel, Renato de Sousa, destacou que o tema é considerado em vários programas da agência, mas expressou preocupação com os possíveis impactos financeiros para o consumidor.

A Light, principal concessionária de distribuição de energia elétrica do Estado do Rio de Janeiro, também foi mencionada durante o debate. A empresa já foi acionada pelo Ministério Público devido à morte de animais silvestres eletrocutados. O superintendente de relações institucionais da Light, Daniel Mendonça, afirmou que a empresa está empenhada em encontrar soluções por meio de novas tecnologias, apesar de enfrentar dificuldades financeiras.

O deputado Marcelo Queiroz pretende continuar o debate convidando concessionárias de outros estados para participar das discussões sobre o tema. A preocupação com a preservação da fauna brasileira e a redução do número de animais eletrocutados é fundamental para garantir a proteção do meio ambiente e a sustentabilidade do país.

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