O primeiro espetáculo, intitulado “Arigós – Bandeira, espinha-de-peixe, cara-de-gato”, será apresentado no dia 6 de outubro e trará aos espectadores uma viagem pela vida dos nordestinos que foram atraídos para a Amazônia durante as campanhas de extração de látex. Essas pessoas, apelidadas de “soldados da borracha”, foram iludidas e abandonadas nos seringais em condições trágicas durante a Segunda Guerra Mundial. A peça retrata o deslocamento, o confronto e a adaptação desses indivíduos, que hoje fazem parte das florestas e comunidades ribeirinhas. Além disso, o espetáculo incorpora textos da obra inacabada de Euclides da Cunha sobre a Amazônia, como Judas Asvherus, para enriquecer a performance.
Já no sábado, dia 7 de outubro, será a vez de “Memórias da Rabeca”, um espetáculo-solo contemporâneo que revela memórias guardadas por sete rabecas. Essa apresentação traz à luz histórias e personagens que ficaram à margem da sociedade, da mídia e da justiça brasileira. Para criar esse espetáculo, a companhia realizou uma intensa pesquisa artística, que incluiu o intercâmbio com rabequeiros de diversas culturas brasileiras, uma pesquisa histórica sobre os rabequeiros que marcaram a música e a poesia do país, e estudos de campo contínuos sobre esses músicos nordestinos, mais especificamente em Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte.
Por fim, nos dias 13 e 14 de outubro, será apresentado “Mãos Trêmulas”. Essa peça conta a história de uma mulher e um homem com cerca de oitenta anos que perderam todos os seus entes queridos. Vivendo em um mundo onde suas referências já não existem mais, eles têm apenas um ao outro, experimentando relações afetivas e amorosas, que muitas vezes são conflituosas. O espetáculo, ao explorar suas memórias íntimas, revela um contexto social que aponta diversas formas de violência infligidas aos corpos envelhecidos por uma sociedade baseada na lógica hegemônica da eficiência e desempenho. O enredo gira em torno de uma costureira que trabalhava com produções teatrais e um ajudante de cozinha, ambos perderam seus empregos devido às mãos trêmulas, o que os leva a uma jornada inesperada.
As apresentações acontecerão às sextas e sábados, às 20h e 19h, respectivamente, e serão oportunidades únicas para vivenciar capítulos das memórias dos seringueiros, conhecer histórias de pessoas marginalizadas através do som das rabecas e repensar o envelhecimento de forma humanizada e gentil.
Para quem se interessou, é importante ficar atento à programação:
– “Arigós – Bandeira, espinha-de-peixe, cara-de-gato”, com a Cia Mundu Rodá, será apresentado no dia 6 de outubro, sexta-feira, às 20h.
– “Memórias da Rabeca”, também com a Cia Mundu Rodá, será apresentado no dia 7 de outubro, sábado, às 19h.
– “Mãos Trêmulas”, com Cleide Queiroz e Plínio Soares e direção de Victor Novoa, será apresentado nos dias 13 e 14 de outubro, sexta e sábado, às 20h e 19h, respectivamente.
As apresentações acontecerão no Teatro do Sesc Santo André, localizado na rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar. Os ingressos custam R$40,00 (inteira), R$20,00 (meia-entrada) e R$12,00 (credencial plena). Para mais informações, entre em contato pelo telefone (11) 4469-1200.
Essa é uma ótima oportunidade de apreciar o talento dos artistas e refletir sobre questões sociais e culturais por meio do teatro.
