A CPI teve início em 18 de maio e deveria ter sido concluída em 15 de setembro, mas recebeu uma prorrogação de 12 dias. No entanto, não houve consenso entre os membros da comissão dentro do prazo estabelecido. Os deputados Wellington Roberto (PL-PB), José Rocha (União-BA), Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG) e Márcio Marinho (Republicanos-BA) solicitaram vista do relatório, expressando insatisfação com as investigações e as conclusões apresentadas pelo relator.
Wellington Roberto criticou o relatório, afirmando que “não diz nada com nada” e ressaltou que houve requerimentos aprovados de convocação e convites que não foram cumpridos. Já Marcelo Álvaro Antônio reclamou da não convocação das empresas de apostas, conhecidas como “bets”, e disse que o relatório frustrou as expectativas de um trabalho sério na CPI.
Felipe Carreras, por sua vez, justificou a não responsabilização das empresas de apostas, citando os órgãos competentes que não identificaram indícios de irregularidades por parte delas. O deputado havia divulgado um relatório preliminar no dia 19, concluindo que o futebol brasileiro está exposto à prática criminosa de manipulação de resultados devido ao crescimento do mercado de apostas esportivas.
Apesar do encerramento da CPI sem conclusões oficiais, Felipe Carreras pretende dar continuidade aos quatro projetos de lei sugeridos em seu relatório. Essas propostas visam disciplinar o futebol brasileiro e combater a segmentação de apostas, tornando crime a corrupção no esporte e a exploração de loterias de apostas sem autorização prévia.
A última reunião da CPI foi marcada por bate-boca entre os deputados que desejavam continuar o debate em torno do relatório, mesmo sem a possibilidade de votação. O presidente da comissão, deputado Julio Arcoverde (PP-PI), encerrou a discussão, alegando que o pedido de vista inviabilizava a continuidade das atividades da CPI.
Durante quatro meses, a CPI realizou nove audiências públicas e ouviu jogadores, investigadores, representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), do governo e de casas de apostas. Apesar do encerramento sem a votação do relatório final, as investigações iniciadas pelo Ministério Público de Goiás já resultaram no indiciamento de 14 pessoas e no banimento de três jogadores pela Fifa.
É importante ressaltar que todas as informações deste texto foram baseadas em relatos de fontes próximas à CPI, porém, não foi possível citar a fonte original.
