Relator da LDO de 2024 considera meta fiscal do governo ambiciosa, diante da queda na arrecadação

Danilo Forte, relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, afirmou em debate na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher que a meta fiscal do governo de zerar o déficit das contas públicas no próximo ano é muito “ambiciosa”. O deputado ressaltou que o país vem enfrentando queda na arrecadação e citou a necessidade de aprovação de medidas de aumento da arrecadação ainda neste ano.

Segundo Forte, o governo depende da aprovação de matérias impopulares, que não possuem a simpatia da maioria dos parlamentares brasileiros, para alcançar a meta de arrecadação. Ele destacou que há pouco tempo para votar essas medidas e ressaltou a importância de aumentar a arrecadação sem prejudicar a população.

O relator da LDO também mencionou a prioridade dada ao estímulo ao empreendedorismo feminino no Orçamento, mesmo diante das dificuldades enfrentadas. Ele propôs algumas mudanças nas regras orçamentárias, como a adoção de um cronograma de desembolsos para as emendas parlamentares e a inclusão das despesas escolares com uniformes, merenda e transporte no Fundo de Manutenção da Educação Básica.

Gilda Cabral, representante do grupo Elas no Orçamento, destacou a importância do cronograma e ressaltou que a política social voltada para as mulheres deve funcionar o ano todo, não apenas no fim do ano em negociações políticas.

Com relação às metas específicas para as mulheres no Plano Plurianual (PPA) 2024-2027, Raquel Melo, do Ministério do Planejamento, destacou a meta de levar assistência técnica para 7.500 agricultoras familiares em 2024, aumentando esse número até atingir 37.500 mulheres em 2027.

Elaine Xavier, também do Ministério do Planejamento, informou que o Orçamento de 2024 já foi elaborado de forma a facilitar o acompanhamento das ações específicas para mulheres em diversos ministérios. No entanto, a presidente da comissão, deputada Lêda Borges, manifestou preocupação com a pulverização dos recursos e defendeu a concentração de ações no Ministério das Mulheres.

Lia Zanotta Machado, do Consórcio Maria da Penha, destacou a queda de recursos para o combate à violência nos últimos anos e citou o número de feminicídios em Brasília, onde ocorreram 25 casos entre janeiro e agosto deste ano.

Diante dos desafios enfrentados, é necessário que o governo busque alternativas viáveis para alcançar a meta fiscal e garantir recursos adequados para programas e ações voltadas para as mulheres. A discussão na Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres mostra a importância do debate sobre a inclusão das demandas femininas no Orçamento e a necessidade de planejamento eficiente para o alcance desses objetivos.

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