Ministra do Meio Ambiente reafirma decisão técnica do Ibama em negar pedido da Petrobras para perfuração de poço na Foz da Bacia do Amazonas.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, enfatizou durante uma audiência pública no Senado que a decisão do Ibama de negar o pedido da Petrobras para perfuração de um poço de prospecção marítima na Foz da Bacia do Amazonas foi baseada em critérios técnicos e não políticos. O Ibama alegou que a decisão foi tomada devido a inconsistências técnicas no estudo de impacto ambiental e nas soluções apresentadas pela empresa.

A licença para a perfuração do poço já havia sido negada em 2018 devido ao não cumprimento dos requisitos legais identificados pelo Ibama. A Petrobras havia solicitado o licenciamento para prospectar petróleo em uma área de alto potencial petrolífero na Margem Equatorial. No entanto, segundo a equipe técnica que elaborou o parecer, faltou à Petrobras uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar, que identificaria áreas de risco e impactos ambientais associados à extração e produção de petróleo e gás.

Marina Silva ressaltou que o processo de licenciamento ambiental segue requisitos legais e não tem intenção de dificultar ou facilitar a exploração. Ela explicou que a avaliação ambiental estratégica não é uma condicionante, mas uma ferramenta que traz objetividade e maior embasamento para o licenciamento ambiental. Segundo a ministra, a decisão sobre a exploração de petróleo na região não cabe ao Ministério do Meio Ambiente, mas sim ao Comitê Nacional de Política Energética.

Senadores do Amapá defendem a prospecção de petróleo na região, alegando que isso poderia gerar empregos e contribuir para o desenvolvimento do estado. No entanto, o Ibama alertou para os riscos ambientais associados à exploração de petróleo na área sensível da região amazônica. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, mencionou que a Petrobras apresentou estudos que não levavam em consideração o possível vazamento de óleo atingindo a costa, e destacou a falta de infraestrutura de suporte em caso de acidente.

Durante a audiência, também foram discutidas possíveis mudanças no Projeto de Lei 2159/2021, que trata do licenciamento ambiental. A ministra Marina Silva defendeu que o projeto seja aperfeiçoado para evitar insegurança jurídica e judicialização dos licenciamentos ambientais. Ela alertou para as problemáticas da licença por adesão e compromisso (LAC) e do licenciamento ambiental corretivo, que podem abrir brechas para irregularidades e comprometer a proteção do meio ambiente e o uso sustentável dos recursos naturais.

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