CPMI do 8 de Janeiro ouvirá ex-subsecretária e cabo da PMDF sobre invasação à Câmara dos Deputados

Nesta terça-feira (12), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro está programada para ouvir dois depoimentos importantes. Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, e Marcela da Silva Morais Pinno, cabo da Polícia Militar do DF que atuou no Batalhão de Choque no dia da invasão, são os convidados do dia. Esses depoimentos são muito aguardados pelos parlamentares que conseguiram fazer a proposta de trazê-los ao colegiado.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, espera que a ex-subsecretária possa contribuir com informações relevantes devido à função que ocupava no momento dos ataques. Além disso, ela ressalta que Marília tinha acesso a relatórios de inteligência e, portanto, deveria ter tido informações necessárias para orientar o setor operacional da secretaria na montagem de seus planos de ação.

Já a cabo Marcela Pinno atuou na linha de frente no dia da invasão e foi jogada, juntamente com um colega, da cúpula do Congresso Nacional. Ela e seu colega foram agredidos pelos manifestantes. Em maio, ambos os policiais foram promovidos por atos de bravura. O depoimento de Marcela é considerado essencial para fornecer subsídios sobre a dinâmica dos acontecimentos do dia 8, bem como sobre possíveis mandantes e a forma de organização dos invasores.

Na quinta-feira (14), a CPMI tem outra reunião marcada, desta vez para ouvir o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto e um dos investigados pelo Ministério Público Militar no inquérito que apura negligência ou omissão nas invasões de 8 de janeiro. A convocação do general tem como objetivo obter explicações sobre as ações adotadas ou não que resultaram na permanência dos manifestantes em áreas militares.

A CPMI já ouviu diversos depoentes, como o ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar (DOP) do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime, o empresário George Washington Sousa, diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro, e peritos da Polícia Civil do DF, Renato Carrijo e Valdir Pires Filho, entre outros. O hacker Walter Delgatti Neto também prestou depoimento, afirmando que o ex-presidente Jair Bolsonaro lhe prometeu indulto caso fosse preso por invadir urnas eletrônicas.

A CPMI continua seu trabalho incansável em busca de esclarecimentos sobre os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. Os depoimentos dos envolvidos são fundamentais para a investigação e para entender os eventos que ocorreram naquele dia. A comissão segue com suas convocações e a oposição continua pressionando por respostas e pela prisão preventiva de alguns depoentes. O país aguarda os desdobramentos desse inquérito e os resultados das investigações.

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