A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, espera que a ex-subsecretária possa contribuir com informações relevantes devido à função que ocupava no momento dos ataques. Além disso, ela ressalta que Marília tinha acesso a relatórios de inteligência e, portanto, deveria ter tido informações necessárias para orientar o setor operacional da secretaria na montagem de seus planos de ação.
Já a cabo Marcela Pinno atuou na linha de frente no dia da invasão e foi jogada, juntamente com um colega, da cúpula do Congresso Nacional. Ela e seu colega foram agredidos pelos manifestantes. Em maio, ambos os policiais foram promovidos por atos de bravura. O depoimento de Marcela é considerado essencial para fornecer subsídios sobre a dinâmica dos acontecimentos do dia 8, bem como sobre possíveis mandantes e a forma de organização dos invasores.
Na quinta-feira (14), a CPMI tem outra reunião marcada, desta vez para ouvir o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto e um dos investigados pelo Ministério Público Militar no inquérito que apura negligência ou omissão nas invasões de 8 de janeiro. A convocação do general tem como objetivo obter explicações sobre as ações adotadas ou não que resultaram na permanência dos manifestantes em áreas militares.
A CPMI já ouviu diversos depoentes, como o ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar (DOP) do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime, o empresário George Washington Sousa, diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro, e peritos da Polícia Civil do DF, Renato Carrijo e Valdir Pires Filho, entre outros. O hacker Walter Delgatti Neto também prestou depoimento, afirmando que o ex-presidente Jair Bolsonaro lhe prometeu indulto caso fosse preso por invadir urnas eletrônicas.
A CPMI continua seu trabalho incansável em busca de esclarecimentos sobre os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. Os depoimentos dos envolvidos são fundamentais para a investigação e para entender os eventos que ocorreram naquele dia. A comissão segue com suas convocações e a oposição continua pressionando por respostas e pela prisão preventiva de alguns depoentes. O país aguarda os desdobramentos desse inquérito e os resultados das investigações.