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São Paulo busca soluções para reverter queda na indústria em seminário dedicado a discutir políticas de revitalização.

A Câmara Municipal de São Paulo sediou nesta sexta-feira (1/9) o seminário “Futuro do Trabalho na Indústria em São Paulo”, evento que teve o apoio do vereador Hélio Rodrigues (PT) e reuniu representantes de sindicatos e federações de indústrias e trabalhadores para debater políticas públicas que visam retomar o protagonismo industrial no Estado e na capital paulista, reabrindo postos de trabalho.

Durante o debate, foram apresentados os principais desafios enfrentados pelo setor, como a guerra fiscal, a automação substituindo trabalhadores e a concorrência de importados, que têm contribuído para enfraquecer a indústria nas últimas décadas tanto em São Paulo quanto em todo o país.

O vereador Hélio Rodrigues, que possui experiência no setor industrial, ressaltou a importância de fortalecer a indústria no município, destacando que a região metropolitana de São Paulo representava cerca de 50% da indústria nacional em décadas passadas.

A economista Marilane Teixeira, pesquisadora da Unicamp, apresentou um levantamento sobre a indústria em São Paulo, constatando uma perda de dinamismo no setor nos últimos anos. Segundo ela, entre 2002 e 2022, o valor da produção industrial na cidade de São Paulo teve uma redução de 19,2%, enquanto os serviços cresceram 63,8%.

Marilane destacou que, na década de 80, São Paulo possuía mais de um milhão de postos de trabalho na indústria, número que hoje está em torno de 300 mil, o que representa cerca de 8% do total de empregos. Ela defende a integração do setor de serviços ao industrial como complemento mútuo da cadeia produtiva.

Outro ponto discutido durante o evento foi a guerra fiscal praticada entre os Estados para atrair empresas. Bruno Abreu, diretor jurídico do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), explicou que a indústria farmacêutica tem se mudado para outros Estados, como Minas Gerais e Goiás, devido aos benefícios fiscais oferecidos, o que representa um desafio para a geração de empregos em São Paulo.

O presidente da CUT-SP (Central Única dos Trabalhadores), Raimundo Suzart, ressaltou os desafios dos trabalhadores com o fechamento de indústrias e a automação. Segundo ele, quase 50% da indústria farmacêutica na capital paulista encerrou as atividades ou se mudou para outros municípios, e o fechamento da Ford impactou negativamente empresas de autopeças.

A mesa de autoridades contou com a presença do vereador Hélio Rodrigues, da economista Marilane Teixeira, do presidente da CUT-SP Raimundo Suzart, da presidente do Sindbrinq (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Brinquedos) Maria Auxiliadora dos Santos, do diretor jurídico do Sindusfarma Bruno Abreu, do diretor de relações institucionais do Sinditêxtil-SP Haroldo Silva, entre outros representantes de sindicatos e federações.

O seminário teve como objetivo abrir um espaço de diálogo e reflexão sobre o futuro da indústria em São Paulo, buscando soluções para retomar o crescimento econômico por meio da geração de empregos e fortalecimento do setor.

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