O senador Marcos Rogério (União-RO) afirmou que o depoimento do general teve o objetivo de transferir a culpa pelo resultado dos ataques para outras pessoas. Segundo o senador, todas as partes envolvidas têm sua parcela de responsabilidade e é injusto colocar toda a culpa na Polícia Militar do Distrito Federal. Marcos Rogério ainda apontou contradições no depoimento de GDias.
Em função dessas supostas contradições, parlamentares da oposição informaram durante o depoimento que enviaram à PGR um pedido de prisão preventiva do general. Entre os crimes apontados estão omissão imprópria, prevaricação, ação de ofício em interesse pessoal e obstrução de Justiça. O ministro da Justiça, Flávio Dino, também é alvo do pedido de prisão.
Por outro lado, alguns senadores argumentaram que o depoimento do general conseguiu demonstrar que ele não pode ser responsabilizado pela invasão. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que quem deveria estar sendo ouvido na CPI é o ex-ministro-chefe do GSI, general Heleno. Ele apontou que Heleno foi um dos arquitetos do golpe e que os membros de sua equipe, que permaneceram até 8 de janeiro, foram os executores da estratégia golpista.
Além disso, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) afirmou que, antes do depoimento de GDias, estava convencido da culpa do general nos ataques, mas sua opinião mudou após os esclarecimentos. Para o deputado, o general conseguiu evitar danos ainda maiores ao Palácio do Planalto.
Já o senador Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou que houve uma sucessão de erros desde a inação do Exército com relação aos acampamentos golpistas até a escolta da Polícia Militar aos manifestantes. No entanto, ele argumenta que essa cadeia de culpa não se aplica ao general.
Durante entrevista, o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou que os depoimentos até o momento mostram a incompetência tanto da polícia quanto do GSI, que não conseguiram evitar os danos durante os ataques. Segundo Maia, é preciso identificar o grau de culpa e de dolo de todos os envolvidos.
A CMPI já aprovou requerimentos com pedido de informações à Força Nacional de Segurança Pública, mas rejeitou um requerimento do senador Sérgio Moro (União-PR) para a convocação do coronel Sandro Augusto de Sales Queiroz, comandante do batalhão responsável na época dos ataques. Ainda há 14 requerimentos não votados para a convocação de representantes da força pela CPI.