Durante a audiência, foram apresentados dados alarmantes sobre os conflitos no campo. Segundo o Caderno de Conflitos no Campo de 2022, elaborado e divulgado pela Comissão Pastoral da Terra, foram registrados 2.018 conflitos, envolvendo mais de 900 mil pessoas. Esses conflitos resultaram na morte de 47 pessoas, um aumento de 30,56% em relação ao ano anterior, além de 123 tentativas de assassinato e 206 ameaças de morte, representando um crescimento de 43,05%.
Diante desses números assustadores, a deputada Célia Xakriabá ressaltou a responsabilidade do Estado brasileiro no combate à violência no campo. Ela destacou que é dever do Estado garantir os direitos fundamentais das populações rurais, bem como garantir o acesso às políticas públicas necessárias para que essas comunidades possam viver com dignidade.
Para enriquecer o debate, a Comissão convidou representantes de diversas organizações, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares, representada por Ana Lúcia Rocha Souza; a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, representada por Dinaman Tuxá; e a Campanha Contra Violência no Campo, representada por Dom Ionilton, entre outros.
A audiência pública ocorreu no Plenário 12, a partir das 10 horas, e contou com a participação de autoridades, especialistas e representantes dessas organizações para discutir medidas efetivas de combate à violência no campo, bem como sugestões de políticas públicas que possam garantir a proteção dos povos que habitam essas regiões.
Por fim, a Comissão expressou a importância de debates como esse, que contribuem para a conscientização da sociedade sobre a violência no campo e para a busca de soluções concretas para esse problema. Espera-se que as discussões promovidas na audiência pública incentivem a adoção de medidas eficazes por parte do Estado para garantir a segurança e o bem-estar das comunidades do campo, das águas e das florestas.