Cientistas clamam por mais investimentos e apoio na CMO para conduzir pesquisas e divulgar descobertas.

No dia 25 de agosto de 2023, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) realizou uma audiência pública para discutir a importância da ciência e a necessidade de divulgar melhor as realizações da pesquisa científica brasileira. Durante o encontro, os convidados expressaram preocupação com a decisão da Câmara dos Deputados de manter o setor nos limites fiscais anuais durante a votação do novo arcabouço fiscal.

O senador Izalci Lucas (PSDB-SP), responsável por requerer a audiência, afirmou que pretende organizar a elaboração de um manifesto em defesa de mais recursos para a área de Ciência e Tecnologia. Segundo ele, é fundamental investir na divulgação das pesquisas científicas em linguagem acessível, especialmente na internet, a fim de tornar a ciência mais acessível à população.

Nesse sentido, o divulgador científico Átila Iamarino ressaltou a importância de os cientistas se dedicarem não apenas à pesquisa, mas também à divulgação dos resultados. Ele mencionou o exemplo da Nasa, que possui uma estratégia de comunicação com 200 milhões de seguidores nas redes sociais. No Brasil, segundo Iamarino, a desinformação sobre ciência se espalha mais rapidamente nas redes sociais.

A secretária do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Márcia Cristina Barbosa, concordou com a necessidade de popularizar a ciência para despertar o interesse dos jovens. Ela sugeriu que as pessoas acessem o site da Academia Brasileira de Ciências para conhecer animações sobre cientistas brasileiros e seu impacto no desenvolvimento do país.

Por outro lado, a presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, destacou as dificuldades em garantir recursos para a pesquisa científica, inclusive para sua divulgação. Ela criticou a decisão da Câmara dos Deputados de manter a área nas restrições fiscais, enfatizando que os cientistas não estavam pedindo aumento de salário, mas sim lutando pelo povo brasileiro. Na votação final do novo arcabouço fiscal, a Câmara retirou o Fundo Constitucional do DF e o Fundo de Manutenção da Educação Básica dos limites das novas regras que substituíram o chamado teto de gastos.

Além disso, o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, ressaltou a força do negacionismo no país. Ele citou como exemplo as mortes por Covid-19, que alcançaram 3,5 brasileiros por mil habitantes, enquanto a média mundial foi de 1 por mil.

Diante disso, é fundamental que a sociedade brasileira reconheça a importância da ciência e apoie a divulgação de suas conquistas. Pesquisas mostram que a maioria dos brasileiros está preocupada com as mudanças climáticas e acredita que a ciência pode minimizar seus efeitos. A promoção de feiras científicas, como a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, é uma das formas de estimular jovens e professores da educação básica a se envolverem na pesquisa científica.

Em resumo, os convidados da audiência da Comissão Mista de Orçamento ressaltaram a necessidade de divulgar melhor as realizações da pesquisa científica brasileira e garantir mais recursos para o setor. A popularização da ciência é fundamental para despertar o interesse dos jovens e combater a desinformação. No entanto, é importante destacar os desafios enfrentados, como a restrição fiscal e o negacionismo presente na sociedade brasileira.

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