O senador Pacheco alega que a brecha na reforma gera insegurança ao permitir que o estado crie impostos.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se manifestou nesta segunda-feira (21) sobre a possibilidade de os estados criarem novos impostos, aberta pelo texto da reforma tributária aprovado na Câmara dos Deputados. Segundo Pacheco, o Artigo 19 do texto gera um ambiente de indefinição e insegurança e precisará ser rediscutido no Senado, que agora aprecia a reforma.

Durante uma reunião com industriais na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o presidente do Senado classificou o Artigo 19 como “polêmico” e disse que ele cria uma indefinição no processo de unificação tributário almejado pela reforma. Pacheco argumentou que permitir que um ente federado faça arrecadação extra a partir de seus próprios critérios vai contra a lógica de um imposto único e pode gerar insegurança.

No entanto, ele ressaltou que entende as circunstâncias em que o artigo foi aprovado na Câmara dos Deputados, com a necessidade de conciliar interesses e desejos, mas afirmou que o assunto será rediscutido pelos senadores e pelos governadores. Ele destacou que a melhor forma de solucionar a divergência é colocar o tema em votação e definir o entendimento da maioria dos senadores.

Pacheco reafirmou a previsão inicial de que a reforma seja votada no dia 4 de outubro, coincidindo com o aniversário de 35 anos da Constituição Federal. No entanto, ele admitiu a possibilidade de adiar a votação caso seja necessário ter mais tempo para discutir o texto e garantir a segurança da votação.

Outro tema abordado pelo presidente do Senado foi a limitação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) em 25%. Pacheco afirmou que não há uma definição sobre esse assunto e que a recomendação do relator da reforma no Senado, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), será objeto de discussão pelos senadores.

Por fim, Pacheco mencionou a manutenção dos incentivos fiscais para as regiões Norte e Nordeste, especialmente para a indústria automobilística e para a Zona Franca de Manaus. O presidente do Senado afirmou que a consideração de que “igualdade é tratar desigualmente os desiguais”, levando em conta os sacrifícios históricos impostos às regiões e a concentração da riqueza no Sul e Sudeste.

Pacheco destacou que o Senado Federal tem maioria composta por parlamentares do Norte e Nordeste, o que torna esses projetos muito importantes para a Casa, pois representam o entendimento da maioria. A intenção é ouvir os governadores das regiões para entender suas demandas e encontrar soluções adequadas.

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