Presidente Jair Bolsonaro desembolsa expressiva quantia de R$ 913 mil referentes à infração por não utilizar máscara durante a crise sanitária.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou o pagamento de R$ 913 mil em multas ao estado de São Paulo por não cumprir o uso obrigatório de máscaras durante a pandemia de Covid-19. A transação ocorreu nesta quarta-feira (16) em uma agência do Banco do Brasil. A informação foi divulgada pela âncora da CNN, Raquel Landim.

No dia 29 de junho, Bolsonaro afirmou que havia arrecadado dinheiro suficiente por meio de uma campanha de seus apoiadores para quitar todas as multas que havia recebido em processos judiciais e eventuais novas punições.

A dívida do ex-presidente com o governo paulista ultrapassa a marca de R$ 1 milhão. As multas foram aplicadas durante visitas de Bolsonaro ao estado de São Paulo, quando ele desrespeitou a obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços públicos durante o pico da pandemia de Covid-19. Na época, João Doria ocupava o cargo de governador.

Segundo a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo, Bolsonaro possui sete dívidas ativas com o município, totalizando um valor atual de R$ 1.062.416,65. São sete multas, sendo duas em 2021 e outras cinco no ano passado.

O pagamento realizado por Bolsonaro ocorre no mesmo dia em que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) encaminhou um projeto de lei à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que propõe a anistia das multas aplicadas pelo governo estadual a pessoas e empresas que descumpriram as restrições sanitárias impostas durante a pandemia.

O projeto de lei apresentado nesta quarta-feira traz a seguinte determinação: “As multas administrativas, bem como os respectivos consectários legais, aplicadas por agentes públicos estaduais em razão do descumprimento de obrigações impostas para a prevenção e o enfrentamento da pandemia de Covid-19, serão canceladas”.

Entretanto, o projeto não estabelece o ressarcimento daqueles que já quitaram suas dívidas referentes ao período da pandemia.

Em nota, o governo de São Paulo afirmou que as penalidades tinham caráter educativo e não visavam a arrecadação de recursos, e que após o fim do estado de emergência de saúde, não há motivo para dar sequência aos processos.

Em um parecer que acompanha o projeto de lei enviado à Alesp, o atual secretário da Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva, destacou que durante a pandemia foram realizadas 10.163 autuações em estabelecimentos comerciais e festas clandestinas, além de 579 autuações a pessoas físicas.

O secretário defendeu que a maioria da população, inclusive empresários, contribuiu para evitar a disseminação do vírus, arcando com prejuízos financeiros decorrentes da redução ou paralisação das atividades econômicas.

Paiva também ressaltou que a manutenção das penalidades aplicadas pode sobrecarregar a administração pública com a gestão dos processos administrativos e que a cobrança das multas pode comprometer o desenvolvimento econômico do Estado, podendo levar à negativação dos devedores.

Caso o projeto de lei seja aprovado, Bolsonaro seria um dos beneficiados, uma vez que acumula mais de R$ 1 milhão em multas aplicadas pelo governo paulista, de acordo com o site da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo.

No entanto, ainda não há previsão para a votação em plenário, mesmo que o projeto esteja em regime de tramitação de urgência.

A defesa de Jair Bolsonaro afirmou não ter conhecimento sobre o projeto e garantiu que o ex-presidente pagará todos os valores devidos. A nota divulgada pelo governo de São Paulo ressaltou que as multas aplicadas durante a pandemia tinham caráter educativo e que não é razoável continuar gastando recursos públicos em processos judiciais e administrativos após o fim do estado de emergência em saúde.

No contexto da pandemia, é importante ressaltar a relevância do uso de máscaras como uma das medidas de prevenção contra o contágio da Covid-19. A obrigatoriedade do uso do item de proteção em espaços públicos é uma medida essencial para evitar a propagação do vírus.

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