A teologia do coaching surgiu como um desdobramento da teologia da prosperidade, que prega a conquista de bens materiais e prosperidade financeira já na vida terrena. No entanto, a nova corrente religiosa não apresenta fundamentação bíblica adequada, segundo o pastor batista Yago Martins. Ele alega que a teologia do coaching deturpa a mensagem evangélica, que propõe a autoaperfeiçoamento espiritual e não a busca por sucessos econômicos e emocionais.
O movimento tem como expoentes influenciadores como Deive Leonardo e Tiago Brunet, que atraem seguidores no Instagram em número similar aos gigantes da liderança evangélica nacional, como Edir Macedo e Silas Malafaia.
A teologia do coaching propaga a ideia de que é possível eliminar os sofrimentos emocionais e psicológicos, diferentemente do Evangelho que prega a paz mesmo nas adversidades. A proposta é a de utilizar a fé de maneira instrumental para levar uma vida mais agradável, explorando a mensagem cristã de forma distorcida.
Essa corrente religiosa, segundo alguns especialistas, reflete uma onda de “novaerização das religiões”, em que há um foco maior no indivíduo do que na instituição religiosa em si. Além disso, a sacralização da psicologia e a hiperindividualização são características desse movimento que transborda para diversas crenças, como exemplos a Monja Coen e o padre Fábio de Melo.
Apesar de haver adeptos da teologia do coaching, também há rejeição por parte de líderes religiosos que enxergam o movimento como uma deturpação da verdadeira fé cristã. A utilização da Bíblia como manual de vida e argumento para obter liberdade financeira é questionada por esses líderes, que preferem uma abordagem mais tradicional do Evangelho.
O debate em torno da teologia do coaching continua a gerar controvérsias e reflexões sobre a verdadeira essência da fé cristã e o papel da religião na vida cotidiana.
