Repórter São Paulo – SP – Brasil

SPU estima cerca de 2,9 milhões de imóveis em terreno de marinha e alerta para possível caos administrativo se PEC for aprovada.

A Secretaria de Gestão do Patrimônio da União (SPU) divulgou que aproximadamente 2,9 milhões de imóveis estão situados em terrenos de marinha. A secretária-adjunta da SPU, Carolina Gabas Stuchi, alertou durante uma reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que somente 565 mil imóveis estão devidamente cadastrados, o que evidencia um déficit na administração dessas áreas.

Carolina Gabas Stuchi ressaltou que, caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em questão fosse aprovada naquele momento, ocorreria um possível caos administrativo. “Teríamos que achar, cadastrar todos os ocupantes desses quase 3 milhões de imóveis que não conhecemos”, afirmou a secretária, destacando a complexidade da situação.

Além disso, a ocupação dos terrenos de marinha por moradores, comércios e indústrias resulta em arrecadação para o governo federal. Segundo Stuchi, a União obteve uma receita de R$ 1,1 bilhão em 2023 por meio de taxas relacionadas a essas áreas, sendo que 20% desses recursos foram repassados aos municípios.

A PEC que trata do assunto foi aprovada na Câmara dos Deputados em fevereiro de 2022 e posteriormente encaminhada ao Senado. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relator do projeto, emitiu um parecer favorável à proposta em maio do ano passado. Em seu relatório, ele estabelece diretrizes que definem a divisão das áreas entre União, estados, municípios e particulares.

De acordo com as diretrizes apresentadas, os particulares registrados na SPU teriam “domínio pleno” sobre os locais onde já possuem propriedade. Aqueles que não estão inscritos no órgão precisariam comprovar a ocupação prévia de pelo menos 5 anos antes da publicação da emenda, sendo a transferência gratuita para estados e municípios, e onerosa para os demais.

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